Quando se trata de proteger a democracia, o Brasil está se destacando em um cenário onde os Estados Unidos parecem hesitar. Um artigo do The New York Times, escrito pelos renomados professores Steven Levitsky e Filipe Campante, discorre sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e outros crimes, ressaltando como o Brasil se tornou um exemplo para o mundo, especialmente para os EUA.
Levitsky e Campante enfatizam que, apesar de suas falhas, a democracia brasileira hoje é mais robusta do que a estadunidense. As autoridades judiciárias brasileiras, atentas ao passado autoritário do país, não encaram a democracia como algo garantido. Em contraste, instituições americanas falharam em agir corretamente ao lidar com situações de ameaça à sua própria democracia.
Os autores fazem um paralelo entre o julgamento de Bolsonaro e o caso de Donald Trump, que ao perder as eleições de 2020 não aceitou a derrota e instigou seus apoiadores a invadirem o Capitólio. “O Supremo Tribunal Federal brasileiro fez o que o Senado dos EUA e os tribunais federais tragicamente falharam em fazer: levar à justiça um ex-presidente que atacou a democracia”, afirmam os professores, lamentando a inércia das instituições americanas diante de ações similares.
Nesse contexto, a eficácia das instituições brasileiras se torna uma luz em meio à escuridão. Hesitações e inações nos Estados Unidos contrastam com a prontidão do Brasil em responsabilizar um ex-presidente por suas tentativas de minar a democracia. Este compromisso, segundo os colunistas, chama a atenção do governo de Trump e altera uma política dos EUA na América Latina que perdurou desde o fim da Guerra Fria.
Levitsky e Campante alertam que as democracias não podem se defender sozinhas. Eles evocam lições históricas dos perigos da passividade diante de ameaças autoritárias, como na Europa entre as décadas de 1920 e 1930. “As democracias precisam ser ativamente defendidas. Mesmo os mais sofisticados freios constitucionais são inúteis sem líderes dispostos a exercê-los”, afirmam, ressaltando a importância do esforço coletivo para defender a liberdade.
O artigo também critica o governo de Trump, apontando um crescente autoritarismo que busca silenciar críticos e desafiar princípios constitucionais. Este cenário, que ameaça as bases democráticas dos EUA, evidencia a urgência de reflexão e ação em prol da preservação da democracia, tanto em solo americano quanto mundial. Como você se vê contribuindo para a defesa da democracia na sua comunidade?