Na última quinta-feira (31), durante uma coletiva de imprensa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez considerações relevantes sobre o estado das relações Brasil-Estados Unidos. Em um momento em que o governo americano decidiu isentar quase 700 produtos brasileiros de tarifas impostas anteriormente, Haddad classificou essa ação como um “ponto de partida melhor do que se esperava”. No entanto, ele também alertou que a jornada até um acordo substancial ainda está distante, exigindo “muitas negociações” à frente.
O ministro observou que, nas duas últimas semanas, notou uma abertura crescente da diplomacia norte-americana, que parece mais receptiva às demandas brasileiras. “É bom que o ponto de partida seja melhor, mas nós estamos longe do ponto de chegada”, disse Haddad, pedindo prudência nas discussões futuras. Ele fez questão de lembrar que a relação entre os dois países é marcada por uma história de dois séculos de cooperação, um aspecto que pode facilitar negociações benéficas.
Ao recordar a introdução das tarifas, Haddad destacou as implicações diretas para o consumidor americano: “Produtos como suco de laranja, café e carne ficariam mais caros”, e a reversão de tais taxas sempre foi uma expectativa. Para ele, a isenção de itens como o suco de laranja é um passo que corrige “medidas que pareciam fora de propósito”, considerando a interdependência econômica entre as nações.
Além disso, o ministro ressaltou a solidez das instituições brasileiras, afirmando que o Brasil se destaca como uma das democracias mais consolidadas do mundo. Ele argumentou que críticas ao Judiciário devem ser dirigidas a fóruns internacionais adequados, como o Comitê de Direitos Humanos da ONU. Segundo Haddad, as divisões internas que atuam contra os interesses do Brasil só servem para fragilizá-lo. “Isso não está acontecendo em nenhum outro lugar do mundo”, enfatizou, destacando a importância de manter a unidade e a soberania nacional.
“Cada cidadão brasileiro possui à sua disposição todos os mecanismos necessários para defesa, tanto dentro quanto fora do país. O Brasil já incorporou tratados internacionais relevantes, e essa desinformação sobre nossa democracia fragiliza ainda mais nossa posição”, concluiu o ministro.
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