Em um passo decisivo para proteger a indústria nacional, o Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex) prorrogou por mais cinco anos a aplicação de alíquotas extras sobre a importação de escovas para cabelo, cadeados e pigmentos de dióxido de titânio provenientes da China.
Além dessa medida, as importações brasileiras de etanolaminas da Alemanha e dos Estados Unidos também estarão sujeitas a essas taxas adicionais. Esses compostos químicos têm ampla aplicação, sendo utilizados na produção de defensivos agrícolas, cosméticos, produtos de limpeza e até na indústria petrolífera.
A meta por trás dessa decisão é clara: proteger os produtores brasileiros de práticas desleais de comércio, como o dumping, onde empresas estrangeiras vendem produtos a preços artificialmente baixos. Assim, o Brasil busca equilibrar o jogo e garantir que suas indústrias locais possam competir em condições justas.
Por exemplo, as escovas para cabelo, que já enfrentam tarifas adicionais desde junho de 2007, terão um custo extra de US$ 8,78 por quilo na importação. Essa estratégia começou após solicitações do Sindicato da Indústria de Móveis de Junco e Vime, que identificou a prática de dumping por parte dos exportadores chineses.
Mesmo com a prorrogação dessas tarifas, evidências recentes indicam que os produtos ainda chegam ao Brasil a preços abaixo do mercado chinês. Entre abril de 2023 e março de 2024, as escovas eram entregues ao Brasil a um custo médio de US$ 8,47/kg, enquanto na China, o mesmo produto era vendido por aproximadamente US$ 17,24/kg, em um mercado que, segundo o Simvep, movimentou R$ 204 milhões em 2024.
“A gente aplica a medida contra os produtores chineses, mas eles acabam transferindo suas vendas para países como Vietnã e Hong Kong. Isso gera um ciclo difícil de contornar, já que processos como esses são caros e longos,” explicou Manoel Miguez, presidente do Simvep.
No que diz respeito aos pigmentos de dióxido de titânio, as alíquotas adicionais variam entre US$ 1.148,72 e US$ 1.267,74 por tonelada, fundamental para a produção de tintas, revestimentos e produtos farmacêuticos. A mesma lógica se aplica a diversos tipos de cadeados, que deverão pagar US$ 10,11/kg, e às etanolaminas, cujas alíquotas variam entre 7,4% e 59,3% do valor unitário, uma cobrança que já está em vigor desde 2014.
Esse esforço em prol da proteção do mercado nacional é crucial para garantir que as empresas brasileiras não sejam subestimadas diante da concorrência internacional. Sinta-se à vontade para compartilhar suas opiniões ou experiências relacionadas a este tema. O que você acha sobre a prorrogação das tarifas? Vamos debater!