4 novembro, 2025
terça-feira, 4 novembro, 2025

Caminho inevitável: ONU alerta que aquecimento global deve atingir 2,5°C

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Contraste entre planeta, animais e emissões de fumaças

O mais recente Relatório sobre a Lacuna de Emissões do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) traz à tona uma realidade alarmante: os compromissos climáticos atuais estão longe de serem suficientes para evitar catástrofes ambientais. As projeções indicam que a temperatura global pode aumentar entre 2,3°C e 2,5°C até o final do século, uma leve melhora em relação ao passado, mas ainda muito acima da meta crítica de 1,5°C.

Esse pequeno progresso deve-se mais a ajustes técnicos e à esperada retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris, do que a ações efetivas em prol do clima. Apenas 60 países, que representam 63% das emissões globais, apresentaram novas metas de redução para 2035. Em contraste, o Brasil se comprometeu a reduzir suas emissões em 53% até 2030 e a zerar as emissões líquidas até 2050.

A realidade é mais severa: a temperatura média global deverá ultrapassar temporariamente a marca de 1,5°C na próxima década, independentemente das medidas que tomemos agora. Contudo, segundo António Guterres, secretário-geral da ONU, essa inevitabilidade não deve ser um motivo de desespero, mas sim um chamado à ação redobrada.

Sol forte no horizonte com a cidade abaixo, na sombra
Acordo de Paris é um dos balizadores para reverter mudanças do clima (Imagem: Bangprikphoto/Shutterstock)

As emissões globais estão em ascensão, alcançando 57,7 gigatoneladas de CO₂ equivalente em 2024—um aumento de 2,3% em relação ao ano anterior. Para manter o aquecimento abaixo de 1,5°C, uma redução de 40% até 2030 é essencial, mas as medidas atuais apenas garantirão uma queda de 15% até 2035.

A esperança ainda não está perdida. O relatório sugere um caminho alternativo que, com ações rigorosas iniciadas em 2025, poderia limitar o excesso a apenas 0,3°C e permitir um retorno à meta de 1,5°C até 2100. Isso exigiria um corte de 26% nas emissões até 2030 e 46% até 2035.

As tecnologias que precisamos, como as energias solar e eólica, já estão disponíveis. No entanto, sua implementação requer vontade política e apoio financeiro significativo, especialmente aos países em desenvolvimento. Os países do G20 desempenham um papel crucial, sendo responsáveis por 77% das emissões globais. Contudo, apenas sete membros desse grupo apresentaram novas metas para 2035, enquanto as emissões aumentaram 0,7% em 2024.

À medida que a janela para evitar as piores consequências das mudanças climáticas se fecha rapidamente, a urgência de agir não pode ser subestimada. O momento de introspecção e ação chegará na COP30, que acontecerá em Belém do Pará, de 10 a 21 de novembro, uma oportunidade de definir diretrizes vitais para a implementação do Acordo de Paris.

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