26 agosto, 2025
terça-feira, 26 agosto, 2025

Camisas falsificadas de clubes de futebol ganham mercado europeu

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Camisas de Futebol

As camisas de futebol falsificadas, ou piratas, estão conquistando cada vez mais os jovens torcedores na Europa. Diante do alto custo das camisas oficiais, muitos filhos da paixão pelo futebol buscam alternativas mais acessíveis para exibir suas cores. No Brasil, uma camisa de time no Brasileirão costuma custar cerca de R$ 350, enquanto na França, o valor para uma camisa da Ligue 1 gira em torno de € 110.

O fenômeno das falsificações se fortalece a cada dia, impulsionado pela economia de quem opta por essas opções. Como revela Delphine Sarfati-Sobreira, presidente do sindicato de fabricantes Unifab, esse movimento não apenas representa um gasto diminuto, mas também alimenta o crime organizado. A atração por essas camisas piratas se intensifica, especialmente em tempos de novos lançamentos e coleções.

Alexandre, um jovem colecionador, admite que possui mais de 40 camisas, todas adquiridas por sites de falsificações a preços que variam em torno de € 30. “Sinceramente, ao vestir, eu não vejo diferença. O tecido pode ser um pouco inferior, mas à primeira vista, tudo se apresenta muito bem”, comenta. A realidade dele é compartilhada por muitos, refletindo um estudo recente do Ifop, que mostra que 20% dos jovens de 15 a 18 anos reconhecem ter comprado artigos esportivos falsificados.

Em um ano, as alfândegas francesas apreenderam mais de 40% de produtos falsos na categoria de artigos esportivos, superando até perfumes. Esta indústria clandestina movimenta milhões, com estimativas que afirmam que as falsificações podem representar até 20% do mercado. O crescimento do comércio online facilita ainda mais a aquisição desses produtos, como observa Mohamed, torcedor do Olympique de Marseille: “Compro pela internet, e a experiência de receber em casa tira qualquer dúvida.”

Por trás dessas compras, no entanto, esconde-se um alerta sério. Camisas falsificadas podem conter substâncias tóxicas e causar reações alérgicas. Delphine é enfática ao afirmar que, ao optar por esses produtos, os consumidores, provavelmente sem perceber, financiam atividades criminosas. Segundo ela, essa conexão entre o mercado de falsificações e o crime organizado é um assunto frequentemente ignorado pelos jovens torcedores.

O dilema se intensifica com o aumento dos preços dos produtos oficiais. Alexandre cita que, em 2013, uma camisa de times da Ligue 1 custava € 69; hoje, o mesmo item pode atingir € 150. Essa escalada leva muitos a considerar a falsificação como uma solução viável. “Entre ingressos e assinaturas de TV, tudo se soma e se torna inviável”, reflete.

Desafiando a situação, a ONG Clean Clothes Campaign aponta que a produção de uma camisa oficial custa apenas € 15, sem contar as margens exorbitantes que chegam às lojas. A conversa gira em torno da responsabilidade que os consumidores têm em suas escolhas. Delphine afirma que é um ciclo vicioso: quanto maiores são as perdas para os clubes, mais começam a elevar os preços, levando um número crescente de torcedores a optar por camisas falsificadas.

Os impactos financeiros estão longe de ser triviais; estimativas indicam que a falsificação pode ter causado perdas de quase € 850 milhões a clubes e fabricantes em 2023. A realidade é dura: enquanto as camisas oficiais continuam com preços inacessíveis, muitos escolherão continuar investindo nas falsificadas, alimentando esse ciclo e perpetuando o problema.

Qual a sua opinião sobre essa questão? Você acha que a culpa é dos clubes ou dos consumidores? Compartilhe suas reflexões nos comentários!

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