Em uma declaração que pode mudar o rumo das relações internacionais, o primeiro-ministro canadense Mark Carney anunciou a intenção de reconhecer o Estado palestino durante a 80ª Assembleia Geral da ONU, em setembro de 2025. Esta decisão, que gera controvérsias e foi prontamente rechaçada por Israel, visa reavivar a esperança em uma solução de dois Estados, algo que, segundo Carney, “está se erodindo diante dos nossos olhos”. O líder canadense se posiciona entre os poucos países que, assim como a França e o Reino Unido, estão tomando medidas em direção a esse reconhecimento.
Carney enfatizou a urgência dessa ação, citando o crescente sofrimento dos civis na Faixa de Gaza como um motivo inadiável para a intervenção internacional. “A situação exige uma resposta coordenada em prol da paz”, afirmou. Quando questionado sobre a possibilidade de mudar a posição até a reunião da ONU, Carney respondeu que era uma possibilidade, mas difícil de imaginar. Seu discurso também abordou a Autoridade Palestina e as promessas de reformas necessárias, como a desmilitarização e a realização de eleições gerais, as quais ele acredita serem passos fundamentais para a estabilidade.
A reação de Israel não tardou, caracterizando a iniciativa como parte de uma “campanha distorcida de pressão internacional”. A embaixada israelense em Ottawa afirmou que reconhecer um Estado palestino sem um governo responsável e instituições funcionais apenas legitima a violência do Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007. Em contrapartida, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, elogiou a proposta, considerando-a uma posição corajosa em um momento crítico para a paz na região.
A proposta do Canadá, conforme detalhou Carney, alinha-se à visão de um diálogo construído em torno de um acordo entre israelenses e palestinos. Contudo, ele lamentou que o atual cenário já não é sustentável, citando a expansão dos assentamentos israelenses e o crescente radicalismo do Hamas como principais obstáculos. A votação no parlamento israelense sobre a anexação da Cisjordânia foi outra preocupação levantada pelo primeiro-ministro.
Ao final de seu pronunciamento, Carney fez um apelo à proteção do futuro de Israel, afirmando que um caminho eficaz para a paz requer um Estado palestino estável e que respeite os direitos de Israel à paz e segurança. Com um conflito que reescreve a história em meio a tensões contínuas, a iniciativa do Canadá pode ser um divisor de águas. O que você pensa sobre esse reconhecimento? Compartilhe sua opinião nos comentários!