Recentemente, um casamento inusitado entre dois irmãos e a mesma mulher em Shillai, Himachal Pradesh, chocou as redes sociais e reavivou discussões sobre tradições polêmicas. Pradeep e Kapil Negi, na presença de centenas de convidados, deram um passo audacioso, seguindo uma prática religiosa considerada em desuso. A cerimonialidade da união foi aprovada por ambas as famílias, revelando um apoio familiar que ressoa em suas declarações: “Daremos apoio, estabilidade e amor à nossa esposa”, prometeram os irmãos, orgulhosos de suas raízes culturais.
No entanto, essa união não apenas surpreendeu a opinião pública, mas também atraiu a condenação da All India Democratic Women’s Association (AIDWA), que levantou a voz contra o que consideram uma forma de exploração. “Estamos fortemente contra atos que desrespeitam os direitos fundamentais das mulheres”, declarou Mariam Dhawale, secretária-geral da AIDWA, manifestando a preocupação sobre o impacto de tais tradições na dignidade feminina.
Apesar de a poliandria ser ilegal na maioria dos países, incluindo a Índia, ela permanece tolerada em certas regiões, especialmente dentro da comunidade Hatti. Com aproximadamente 300.000 pessoas, os Hatti preservam a prática por meio de “leis consuetudinárias”, como explicou o funcionário local Harshwardhan Singh Chauhan. “Embora a poliandria tenha se tornado rara, continua a se praticar, especialmente por nosso povo”, revelou.
Kundal Lal Shashtri, um dos líderes da comunidade, ainda recordou que essa prática é mencionada no Mahabharata, um dos épicos da mitologia hindu, solidificando a ligação histórica com essa tradição. No ano anterior, cinco casamentos semelhantes foram realizados na região, evidenciando que, apesar das mudanças sociais, algumas tradições resistem ao tempo.
E você, o que pensa sobre essa prática e as implicações culturais que ela carrega? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião!