
Em um cenário internacional cada vez mais complexo, Celso Amorim, assessor especial da presidência da República para assuntos internacionais, não hesitou em criticar a postura dos Estados Unidos em relação ao Brasil. Durante uma entrevista ao programa Roda Viva, ele declarou que os EUA “não estão praticando a diplomacia” nas relações comerciais, especialmente diante das tarifas elevadas que incidem sobre produtos brasileiros.
“O diálogo deve ser uma via de mão dupla”, enfatizou Amorim. Ele expressou sua preocupação com a recente nota do governo norte-americano, que, segundo ele, parece tentar isolar o ministro Alexandre de Moraes de outros poderes. “Não vamos cair nessa armadilha”, afirmou, deixando claro que o Brasil está ciente das manobras diplomáticas e não se deixará influenciar.
A conversa girou em torno da resposta do governo de Luiz Inácio Lula da Silva ao aumento de 50% nas tarifas aplicadas por Trump. Amorim foi questionado sobre a preparação do Brasil para possíveis sanções, especialmente em um contexto onde o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta uma ação penal no STF relacionada a tentativas de descumprir a democracia. Ele considerou a possibilidade de retaliações “um absurdo tão grande” que se recusou a acreditar que isso se concretizaria. “Estaremos preparados. O governo está pensando em todas as medidas necessárias”, garantiu, ressaltando que uma guerra comercial não seria conveniente para ninguém.
Além de abordar o tema das tarifas, Amorim destacou a importância de diversificar as relações comerciais do Brasil, além do grupo BRICS. Segundo ele, o país está explorando acordos com a União Europeia, a Associação Europeia de Livre Comércio e nações do Sudeste Asiático, mencionando que o presidente Lula visitará essas regiões em busca de novas parcerias.
Sobre a postura do ex-presidente Trump, Amorim avaliou que uma mudança de atitude dele em relação ao Brasil seria um “quase um milagre”, dada a combinação de decisões abruptas e a interferência na política interna brasileira que marcaram seu governo.
Neste momento crucial, enquanto Lula dialoga com líderes de potências como Rússia, Índia e China diante das dificuldades impostas pelas tarifas, o governo está se preparando para anunciar um pacote de medidas que visa mitigar os impactos econômicos do tarifaço. O cenário demanda não apenas estratégias eficazes, mas uma diplomacia forte e resoluta.
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