14 outubro, 2025
terça-feira, 14 outubro, 2025

CEO do Jeep sorteado também é preso na operação que prendeu Buzeira

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O empresário Rodrigo Morgado é um dos presos pela Polícia Federal (PF) na Operação Narco Bet, realizada nesta terça-feira (14/10), com o objetivo de desarticular um esquema milionário de lavagem de dinheiro vinculado ao tráfico internacional de drogas. O CEO ficou conhecido após tomar um Jeep Compass de uma funcionária, que ganhou o carro em um sorteio, mas foi demitida posteriormente.

Em nota enviada ao Metrópoles, a defesa do empresário afirmou que não teve acesso à integra do processo ou aos elementos que embasaram a prisão, mas ressaltou que Morgado é inocente e “sempre atuou exclusivamente como contador, prestando serviços de natureza técnica e regular a diferentes clientes, dentro dos limites legais da profissão”.

Além de Rodrigo Morgado, o influenciador digital Bruno Alexssander Souza, conhecido como Buzeira, também foi preso.


Briga judicial com funcionária

  • Em abril deste ano, uma funcionária compartilhou a situação envolvendo a empresa Quadri Contabilidade – onde Morgado é o CEO. A mulher conta na postagem que, no fim do ano passado, a companhia realizou um sorteio entre os funcionários, no qual a colaboradora foi premiada com um Jeep Compass – que, segundo a empresa, teria valor estimado em “mais de R$ 100 mil”.
  • Nas redes sociais, a funcionária afirmou que o veículo apresentava diversos problemas mecânicos. Ela afirmou que gastou cerca de R$ 10 mil para consertar o carro, o que não estava combinado. Além disso, a empresa impôs condições para a colaboradora manter o prêmio, como continuar trabalhando por mais um ano e cumprir metas estabelecidas.
  • Após reclamar com a companhia sobre os defeitos do carro, a mulher foi demitida – antes de completar o tempo suficiente para manter o prêmio – e teve o carro tomado pela empresa. A documentação do automóvel estava em processo de transferência.
  • Na ocasião da demissão, Rodrigo Morgado afirmou que a auxiliar de contabilidade foi mandada embora por questões éticas e comportamentais. Ao Metrópoles, a assessoria da empresa explicou na época que o sorteio fazia parte de uma ação interna de marketing. O ganhador poderia usufruir do veículo durante o ano inteiro e, nesse meio tempo, deveria bater algumas metas de três em três meses.
  • Segundo o advogado da funcionária, as partes assinaram um “acordo amigável”, com confidencialidade, no início de maio.

Preso pela PF

Rodrigo Morgado foi preso pela Polícia Federal em uma ocasião anterior, durante uma operação contra o tráfico internacional de drogas, chamada Operação Narco Vela – que originou a Narco Bet, deflagrada nesta terça-feira (14/10).

Na época, Rodrigo era alvo de mandados de de busca e apreensão em diversos endereços: em Santos, Bertioga e São Paulo. Morgado foi preso na capital paulista pelo porte ilegal de uma arma encontrada dentro do carro dele. Os policiais federais faziam as apreensões nos endereços, quando, dentro de um dos dois veículos de luxo apreendidos do investigado, encontraram o armamento.

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Foram apreendidos dois carros de luxo em nome do empresário

Divulgação/ PF

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Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em três endereços de Rodrigo Morgado

Divulgação/ PF

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Justiça determinou o bloqueio e apreensão de bens até o valor de R$ 1,32 bilhão

Divulgação/ PF

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Arma encontrada em casa de suspeito

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Operação Narco Vela cumpre mandados de busca e apreensão

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Dinheiro apreendido em operação da PF

Divulgação/ PF

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Polícia Federal cumpre mandados em SP, RJ, MA, PA e SC

Divulgação/ PF

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Embarcação apreendida em Belém (PA)

Divulgação/ PF

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Operação investiga envio de drogas para a Europa via marítima

Divulgação/ PF

Além da acusação de participação no tráfico internacional de drogas, Rodrigo Morgado é acusado de ameaça, calúnia, injúria e estelionato.

Operação Narco Bet

Ao todo, 11 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão foram cumpridos nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais nesta terça-feira (14/10).. Um dos mandados de prisão também ocorreu na Alemanha, com apoio da Polícia Criminal Federal do país.

As investigações apontam que o grupo criminoso utilizava métodos avançados de dissimulação financeira, movimentando valores em criptomoedas, remessas internacionais e empresas de fachada para ocultar a origem dos lucros do tráfico.

Parte dos recursos lavados teria sido canalizada para empresas do setor de apostas eletrônicas, as chamadas “bets”, com o objetivo de mascarar os ganhos provenientes do tráfico e inserir o dinheiro no sistema financeiro com aparência de legalidade.

No total, foram bloqueados R$ 630 milhões em bens e valores. Empresas do ramo de apostas esportivas estão sendo investigadas por suspeita de participação no esquema criminoso.

A Polícia Federal não divulgou o nome das empresas de apostas investigadas, mas afirmou que algumas delas são regularizadas e obtiveram licenças com dinheiro ilícito.

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