Um estudo fascinante revelou que os chimpanzés, ao consumirem frutas fermentadas, ingerem diariamente o equivalente a 1,4 doses de álcool. Essa prática intrigante não apenas chama atenção, mas também conecta essas criaturas a nossas raízes evolutivas.
Realizada por uma equipe internacional de cientistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley, a pesquisa mapeou o comportamento de chimpanzés selvagens em Uganda e na Costa do Marfim. Os resultados mostraram que tanto machos quanto fêmeas consomem cerca de 14 gramas de etanol puro diariamente, o que corresponde a uma lata de cerveja de 350 ml. Contudo, isso é ainda mais significativo, pois esses primatas pesam em média 40 quilos, enquanto um homem adulto pesa cerca de 70 quilos. Portanto, a dose proporcional é ainda maior.
Embora ainda não se saiba ao certo se os chimpanzés ativamente buscam frutas ricas em etanol, o fato é que essa substância se tornou uma parte comum de sua dieta. Os pesquisadores sugerem que tal hábito pode ter se perpetuado entre nossos ancestrais humanos.
A pesquisa, que se estendeu por três anos e analisou as concentrações de etanol em 21 frutas, concluiu que variedades como figos e frutas semelhantes à ameixa, consumidas em abundância, possuem as maiores quantidades de álcool. Ao todo, estima-se que esses chimpanzés consumam aproximadamente 4,5 quilos de frutas diariamente, resultando na recorrente ingestão de etanol.
Curiosamente, esse consumo não leva a sinais de embriaguez nos chimpanzés. A distribuição da ingestão ao longo do dia evita intoxicação, sendo necessário consumir uma quantidade considerável de fruta para que isso ocorra. Os pesquisadores, portanto, levantam questões importantes sobre a conexão entre nossos comportamentos alimentares e a atração pelo álcool.
Dudley, um dos coautores do estudo, propôs em 2016 a teoria do “macaco bêbado”, defendendo que a atração humana pelo álcool pode ter se originado de comportamentos ancestrais. A busca dos chimpanzés pelo etanol não apenas reflete um desejo de prazer, mas também uma estratégia para encontrar alimentos mais energéticos.
No fundo, a pesquisa lança luz sobre uma herança alimentar comum: tanto os chimpanzés quanto nossos ancestrais provavelmente conviviam com o álcool proveniente da fermentação das frutas. Essa conexão sugere que a atração humana pelo álcool pode ser um eco de nossos primórdios. Qual é a sua opinião sobre o consumo de álcool em animais e a ligação com a nossa história? Compartilhe nos comentários!