Na pequena cidade de Braunau am Inn, na Áustria, a história ressoa em cada esquina. Recentemente, essa localidade deu um passo significativo ao retirar os nomes de ruas que homenageavam ex-nazistas, uma decisão que reflete a pressão da sociedade civil por uma mudança de mentalidade. Em votação secreta, 28 representantes apoiaram a proposta, enquanto apenas nove se opuseram. A vereadora social-democrata Martina Schäfer enfatizou que a iniciativa marca um importante aceno de responsabilidade histórica.
Os nomes removidos pertenciam a Joseph Reiter e Franz Resl. Reiter, um aliado próximo de Adolf Hitler, já havia visto sua cidadania honorária revogada em 2019, enquanto Resl, um influente propagandista pangermanista, viu suas homenagens serem eliminadas, com Linz já tendo feito o mesmo no ano anterior. Essa mudança é emblemática de um esforço mais amplo para confrontar o legado sombrio da cidade e garantir que histórias de resistência não sejam esquecidas.
A associação que pressionou por essa alteração faz parte de uma rede de resistência que, desde 1944, se dedicou a manter viva a memória dos sobreviventes e a organizar cerimônias de homenagem. Contudo, a Áustria ainda lida com críticas constantes sobre seu papel na história do Holocausto e somente a partir de 1980 começou a enfrentar verdadeiramente sua responsabilidade, reconhecendo que 65.000 judeus austríacos foram assassinados e 130.000 forçados ao exílio.
Ainda há desafios a serem enfrentados. O Partido da Liberdade (FPÖ), resultado da fundação de ex-nazistas, se opõe à mudança de nomenclatura. Além disso, em 2016, o governo austríaco adquiriu a casa onde Hitler nasceu, planejando transformá-la em um posto policial até 2026. A proposta de usar o local para memória histórica é defendida por grupos, como o Comitê de Mauthausen, que acreditam ser essencial preservar a memória das vitimas.
Como você vê essa mudança na cidade natal de Hitler? Acredita que a memória histórica deve ser preservada de forma alternativa? Compartilhe sua opinião nos comentários!