14 setembro, 2025
domingo, 14 setembro, 2025

Cineclubes em Salvador: saiba onde assistir e debater filmes de graça

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Duda Araújo*

Em um mundo cada vez mais digital, a experiência de ir ao cinema ressurge como um ato de resistência e celebração. Embora os serviços de streaming tenham mudado a forma como assistimos a filmes, muitos ainda buscam a magia de uma sala de cinema, onde a comunhão e o debate se tornam parte da experiência. Nesse contexto, os cineclubes estão se fortalecendo, oferecendo não apenas exibições, mas um convite à reflexão e interação.

O conceito de cineclube nasceu na França na década de 1920, espaços onde amantes do cinema podiam assistir a obras-primas e discutir suas percepções. O Brasil não ficou de fora, e desde 1928 muitos cineclubes têm florescido, com o Conselho Nacional de Cineclubes (CNC) registrando mais de 300 iniciativas hoje, sendo cerca de 40 na Bahia. Esses espaços promovem a diversidade, permitindo que vozes antes marginalizadas sejam ouvidas e respeitadas.

Em Salvador, o Cineclube da Morte se destaca por abordar temas profundos como a finitude da vida. Criado por George Lima, Jacy e Tarcísio Andrade, o cineclube não se limita a exibir filmes, mas busca fomentar discussões sobre a morte, um tema que muitas vezes é esquecido na sociedade. Jacy Andrade diz: “A ideia é trazer filmes que abordam essas nuances, para que possamos ver isso na tela e conversar a respeito.” As sessões se tornaram um espaço seguro para quem lida com a perda, permitindo a troca de experiências e reflexões.

Outro exemplo vibrante é o Cineclube Violeta, fundado por Bruna Castro e Diana Reis, que se propôs a exibir produções de mulheres lésbicas, bissexuais e transgêneros. Desde sua criação em 2024, o cineclube tem dado visibilidade a talentos locais que muitas vezes ficam à margem do circuito tradicional. Em uma de suas sessões, realizada no Dia da Visibilidade Lésbica, o clube tornou-se um catalisador de discussões significativas, transformando a timidez inicial do público em calorosas interações.

Por sua vez, o Cineclube da Academia de Letras da Bahia, idealizado por Carlos Ribeiro e Décio Torres, busca valorizar tanto produções audiovisuais quanto o talento literário local. Em seus eventos, debates após as exibições promovem diálogos sobre a história e a cultura do Brasil, conectando o passado ao presente de uma maneira que enriquece todos os participantes.

Esses cineclubes vão além de simples exibições de filmes; eles oferecem experiências imersivas e reflexivas. Ao unir espectadores em torno de temas importantes, eles criam um espaço de aprendizado e diálogo, onde diferentes realidades são compartilhadas e respeitadas. Se você ainda não teve a chance de participar de um cineclube, essa pode ser a oportunidade perfeita para mergulhar nessa experiência transformadora. Que tal comentar abaixo sobre suas experiências ou a importância do cineclube na sua cidade?

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