A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados deu um passo importante ao aprovar, na última quarta-feira, 9, uma audiência pública com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. O intuito dessa convocação é que Galípolo esclareça os impactos do recente ataque cibernético à empresa C&M Software, que agravaram a segurança do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e do Pix, além de afetar as infraestruturas críticas do setor financeiro.
O ataque resultou na prisão de um funcionário da C&M, que teria facilitado transferências eletrônicas irregulares, desviando impressionantes R$ 800 milhões. Em seu depoimento à Polícia Civil de São Paulo, o operador de TI confessou ter sido aliciado, colaborando com os autores do crime ao permitir acesso ao sistema e realizar transferências via Pix diretamente ao Banco Central.
Durante sua participação na Comissão de Finanças e Tributação, Galípolo mencionou que o incidente de segurança foi fruto de técnicas de engenharia social, e não de um ataque cibernético convencional. O presidente da Comissão, Filipe Barros (PL-PR), esclareceu que essa audiência visa não apenas fiscalizar, mas também subsidiar futuras legislações que fortaleçam a segurança cibernética e a soberania financeira do país.
Filipe Barros expressou sua preocupação em obter explicações sobre as ações do Banco Central para conter o ataque, a articulação entre o órgão e o Ministério da Defesa em resposta a ameaças cibernéticas, e a necessidade de revisar as normas que protegem as infraestruturas críticas financeiras. “Quero que o Galípolo explique tudo sob a óptica da soberania nacional”, destacou o parlamentar, ressaltando a importância da independência do Banco Central na luta contra cibercrimes.
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