21 julho, 2025
segunda-feira, 21 julho, 2025

Como criptomoeda verde que atraiu gigantes e mirou Musk derreteu 99%

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“Conectar com Elon Musk seria incrível”, dizia Luis Adaime, então CEO da Moss Earth, uma startup que prometia unir sustentabilidade e inovação financeira por meio de uma criptomoeda lastreada em créditos de carbono. Mas essa ambição, que atraía a atenção de bilionários e multinacionais, escondeu uma história de queda vertiginosa. Assim como um sonho de grandeza, a realidade se impôs brutalmente, expondo os desafios e enganos do mercado.

A Moss Earth parecia ter tudo a favor. Com investimentos robustos e um patrocínio ao Flamengo, a cripto verde aventurava-se como pioneira no uso de ativos digitais para créditos de carbono, prometendo neutralizar as emissões de empresas. Cada crédito representava uma tonelada de gás carbônico economizada, um conceito que ganhou destaque, mas rapidamente se desfez em meio à crise de credibilidade que atingiu o mercado de carbono em 2022.

O valor da criptomoeda, Moss Credit Carbon (MCO2), despencou de mais de R$ 100 para menos de R$ 0,80, uma derrocada de mais de 99%. As promessas de neutralidade ambiental e lucros sustentáveis passaram a ecoar como um triste lembrete das expectativas irreais de um ativo que se revelou mais simbólico do que eficaz.

Antes da queda, a Moss fez parcerias significativas, como a GOL, que permitiu aos passageiros compensar suas emissões através da compra de créditos de carbono. O C6 Bank também anunciou a neutralização de suas emissões com créditos da empresa. Mesmo assim, o entusiasmo não foi suficiente para sustentar sua ascensão, e o escândalo envolvendo Ricardo Stoppe Jr., um associado da Moss, trouxe à tona questões éticas e legais relevantes sobre o lastro da MCO2.

Stoppe Jr. enfrentou a Operação Greenwashing, sendo acusado de grilagem de terras na Amazônia por meio de um esquema de corrupção. A descoberta de irregularidades nas propriedades relacionadas à Moss jogou uma sombra sobre as promessas da criptomoeda. A crise foi acentuada quando o foco se voltou para a gestão da moeda, revelando um desencontro entre expectativas e realidade.

Nos bastidores, Luis Adaime nutria grandes esperanças de atrair figuras proeminentes como Elon Musk e Jeff Bezos. Em comunicações internas, ele falava de uma solução inovadora da Moss para compensar o uso de Bitcoin, acreditando que poderia reverter a imagem negativa do ativo digital. No entanto, a jornada não se concretizou e culminou em um rompimento com seu lobista, devido ao fracasso em estabelecer essas conexões.

Após a queda, a Moss Earth interrompeu a comunicação ativa e, em meio à crise, surgiram relatos de investidores que se sentiram abandonados. Luis Adaime tentou justificar as mudanças, alegando que a empresa mudou sua estratégia e que as críticas da mídia internacional foram injustas. Enquanto isso, usuários clamavam por respostas sobre o futuro da startup.

Em declaração recente, o novo CEO, Guilherme Rossetto, assegurou que a Moss Earth ainda opera, embora tenha deixado a tokenização de créditos de carbono. O foco agora é no desenvolvimento de projetos de carbono com qualidade técnica e certificação internacional. Quanto à conexão com bilionários, Rossetto ressaltou que houve apenas “contatos comerciais naturais”, reforçando que toda negociação se insere no contexto de um mercado imobiliário global.

A trajetória da Moss Earth é uma lição contundente sobre a volatilidade do mercado de criptomoedas e a fragilidade das promessas de sustentabilidade. Ao compartilhar sua história conosco, a startup convida a reflexão sobre a responsabilidade que se associa à inovação e o que está realmente por trás de investimentos sustentáveis. O que você pensa sobre essa trajetória? Comente sua perspectiva abaixo!

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