28 julho, 2025
segunda-feira, 28 julho, 2025

Como PM teria fraudado sistema e apagado vídeo de ocorrência com morte

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Em uma trama que revela um desvio alarmante de conduta policial, a major da Polícia Militar, Adriana Leandro de Araújo, é acusada de manipular e apagar um vídeo crucial que documentava um homicídio. De acordo com informações obtidas pelo Metrópoles, documentos da plataforma Evidence mostram que, antes de ser deletado, o vídeo foi alterado, recebendo uma nova data e sendo atribuído a um usuário anônimo.

O trágico incidente ocorreu em 9 de março de 2024, no Morro do José Menino, em Santos. Joselito dos Santos Vieira, de 47 anos, foi fatalmente atingido por disparos de fuzil e pistola durante uma suposta troca de tiros com a polícia. A família de Joselito contestou a versão oficial, afirmando que ele não estava armado. Apesar das evidências questionáveis, o caso foi arquivado em junho deste ano.

Gravado pela câmera corporal do soldado Thiago da Costa Rodrigues, o vídeo se tornou um elemento chave em investigações civis e militares. Embora não haja provas de que Thiago disparou sua arma, ele estava na viatura de policiais acusados de assassinato.

Em 10 de março de 2024, o vídeo foi introduzido no sistema Evidence. Oito dias depois, no dia 18, a major modificou o nome do policial e atribuiu o vídeo a um usuário anônimo, utilizando um e-mail de domínio “gmail”. No mesmo dia, ela alterou a data do ocorrido para 5 de janeiro de 2024, além de mudar o nome da ocorrência para “Z-13”, uma designação típica para casos de menor gravidade.

Essas alterações tornaram o arquivo praticamente irreconhecível e impossível de ser encontrado em buscas simples. Contudo, no dia seguinte, Adriana acessou novamente o arquivo e, às 12h43, pressionou o botão “excluir” para eliminá-lo.

As ações da major foram registradas em uma auditoria feita pela empresa Axon, e um relatório interno acessado pelo Metrópoles foi emitido em 26 de abril de 2024. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que o caso está sendo investigado em uma sindicância na PM.

Durante a ocorrência, outros policiais também estavam presentes na viatura onde Thiago se encontrava. No total, ao menos cinco oficiais dispararam armas de fogo na ocasião. Entre eles, a subtenente Regiane Ribeiro De Souza e o cabo Felipe Alvaram Pinto, que foram diretamente envolvidos na ação que resultou na morte de Joselito.

De acordo com o laudo necroscópico do IML, a vítima foi atingida por 12 disparos, contradizendo a contagem de nove apresentada pelos policiais. Essa discrepância levanta ainda mais questões sobre a veracidade da versão oficial.

Bruno Dias, ex-PM e especialista em provas digitais, comentou que policiais têm explorado vulnerabilidades do sistema desde que as câmeras da Axon foram implantadas, permitindo que manipulações semelhantes ocorram com frequência. Ele ressaltou que a facilidade de fraude é uma característica alarmante do sistema.

A SSP, em resposta, afirmou que todas as circunstâncias relacionadas aos fatos estão sendo rigorosamente apuradas. A nota destaca o compromisso da instituição com a legalidade e a defesa da vida, advertindo que qualquer conduta inadequada será tratada com severidade. Até o momento, a major e o coronel envolvido não se pronunciaram.

Diante dessa situação intrigante, o que você pensa sobre os eventos descritos? Deixe sua opinião e compartilhe suas reflexões nos comentários abaixo.

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