9 setembro, 2025
terça-feira, 9 setembro, 2025

Como um planeta com a massa de Saturno está moldando um “olho” gigante no Espaço

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Visão do telescópio Hubble do
Fomalhaut e seu disco são fascinantes para a ciência (Imagem: NASA/Hubble – Rochester.edu, domínio público, via Wikimedia Commons)

A estrela Fomalhaut, a 25 anos-luz da Terra, voltou a ser objeto de intrigantes estudos astronômicos. Desde sua descoberta, em 2005, um enorme anel de detritos em sua órbita deixou cientistas fascinados e em busca de respostas. Recentes observações indicam que um planeta gigante pode definir as peculiaridades desse anel, desafiando explicações tradicionais.

Embora não seja uma estrela amplamente reconhecida pelo público, Fomalhaut se destaca por seu brilho intenso, superando estrelas populares como Castor e Régulo. Sua singularidade no mundo científico é resultado de seu anel de detritos, conhecido como “Grande Olho de Sauron”, devido ao seu formato peculiar. Ao contrário dos anéis perfeitamente circulares de Saturno, o anel de Fomalhaut é excêntrico, estendendo-se de forma anômala, o que faz com que a estrela não esteja centrada nele.

Para os que não estão familiarizados, Sauron é o vilão icônico da saga “O Senhor dos Anéis” de J. R. R. Tolkien, descrito como um olho que tudo vê. Essa referência se alinha bem à forma do anel de detritos, reminiscentes da imagem do vilão vigilante.

O Grande Olho de Sauron impresso em uma folha de papel, ao lado de um anel similar ao da saga
Sauron, o grande vilão de “O Senhor dos Anéis”, e seu contraste com o real (Imagem: Juan Alejandro Bernal/Shutterstock)

O sistema de Fomalhaut abriga múltiplos discos, sendo o mais notável o “cinturão principal”, que se posiciona entre 133 e 158 unidades astronômicas (UA) da estrela. O estudo do phenomeno revelou uma intrigante variação de excentricidade: quanto mais distante do centro, mais arredondadas se tornam as órbitas. Essa descoberta inusitada, chamada de “gradiente negativo de excentricidade”, foi confirmada através do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA).

Os cientistas sugerem que a presença de um planeta com massa equivalente à de Saturno pode ser o “pastor” desse anel, controlando sua estabilidade. Curiosamente, este planeta hipotético teria uma órbita excêntrica a uma distância três a quatro vezes maior que a de Netuno do Sol, desafiando nossas compreensões atuais. O fato de Fomalhaut ser estimada entre 100 e 440 milhões de anos eleva ainda mais o mistério, pois estruturas como essas normalmente se dissipam rapidamente.

Impressão artística do suposto Planeta 9
Impressão artística do Planeta X (Imagem: Pe3k/Shutterstock)

O conceito de um “Planeta X” também ganha força a partir dessas descobertas. Historicamente, essa hipótese tem alimentado especulações sobre a existência de um corpo massivo e distante em nosso Sistema Solar, inicialmente proposto por Percival Lowell no início do século XX. O que era um mero mistério se transformou em uma busca por um Planeta Nove, que explicaria agrupamentos estranhos de objetos no Cinturão de Kuiper.

Fomalhaut é parte de um sistema triplo, mas as outras estrelas associadas não têm influência na formação do anel. As conclusões dos últimos estudos publicados em Astrophysical Journal e Astrophysical Journal Letters ressaltam o papel de Fomalhaut como um laboratório natural para investigações sobre discos de detritos e a influência de planetas gigantes nas arquiteturas de sistemas planetários. O mistério de Fomalhaut pode nos oferecer novas perspectivas sobre a formação e evolução de sistemas estelares.

O que você acha sobre a intrigante relação entre Fomalhaut e a teoria do Planeta X? Deixe seu comentário e compartilhe suas reflexões!

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