
A convocação para o concurso da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) transformou-se em um campo de batalha para muitos candidatos, que denunciam eliminação injusta em meio a um cenário conturbado. Após a suspensão do certame em 12 de maio de 2025, centenas de aspirantes a official se deparam com a frustração de terem suas inscrições negadas pelo Cebraspe, a banca responsável pela avaliação presencial.
Hugo Paulo, 30 anos, é um dos muitos que se sentem lesados. Ele dedicou meses de preparação, compilou toda a documentação exigida e submeteu seus recursos, apenas para receber a notícia de que sua inscrição foi indeferida por suposta falta de documentos. “Eles responderam, mas logo depois tiraram a página do ar. Muitos nem souberam que foram eliminados”, desabafa. Com a justiça como única saída, Hugo já planeja seus próximos passos.
Outro candidato, um jovem de 27 anos que prefere permanecer anônimo, está em uma situação similar. Após enviar documentos que comprovassem seu cumprimento aos requisitos de idade, sua inscrição foi reprovada sob a alegação de que não atendia à faixa etária. Ele, assim como Hugo, garantiu um registro da resposta da banca.
A injustiça parece seguir um padrão, como revela outra candidata que, aos 30 anos, se encaixa na idade máxima estipulada no edital. Seu pedido de reavaliação também foi negado, sem explicações convincentes. “É como se houvesse um muro intransponível entre nós e a banca”, lamenta.
O concurso, que disponibiliza 147 vagas para o cargo de segundo-tenente, inclui um salário atrativo de R$ 17 mil iniciais. No entanto, as eliminações crescentes alimentam um clima de revolta e desconfiança entre os candidatos, que se sentem desamparados frente a um processo que deveria ser transparente.
Em nota, a PMDF tentou justificar o desencontro de informações, lembrando que o prazo para regularizações foi aberto e que os candidatos precisarão aguardar os resultados finais, que permanecem em espera devido à suspensão do concurso. “Não há reprovação até que os resultados definitivos sejam divulgados”, explicou a instituição. Contudo, isso é de pouco consolo para aqueles que se sentiram desqualificados sem motivos.
As eliminações foram amplamente divulgadas na edição de 9 de maio do Diário Oficial do Distrito Federal, quando centenas de candidatos foram notificados por não atenderem o critério de idade. A polêmica cresceu ao ponto de levar o Tribunal de Justiça do DF a suspender o concurso, em resposta a uma solicitação do Ministério Público, que exigiu a reserva de vagas para pessoas com deficiência (PCDs) até que o edital fosse revisado.
A batalha por justiça parece longe de terminar. A decisão judicial visou garantir que as cotas para PCDs fossem respeitadas, reconhecendo que a inclusão não deve ser um privilégio, mas um direito. Em cena de luta, o Proed destacou que os critérios de eliminação devem ser revistos, pois a exigência de aptidão plena se torna discriminatória para muitos candidatos com deficiência.
Agora, com a possibilidade de um novo período de inscrições no horizonte, os candidatos se voltam para a luta, clamando pela justiça e igualdade em um processo que, mais do que vagas, determina o futuro profissional e a realização de sonhos. E você, o que pensa sobre essa situação? Deixe seu comentário e vamos discutir a importância da equidade nos processos seletivos!