
Em uma cerimônia marcante pelos 80 anos do Instituto Rio Branco, realizada no Itamaraty, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deixou claro que a Constituição brasileira “não está em negociação”. Em resposta ao “tarifaço” proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Vieira não hesitou em rotular essa iniciativa como parte de “ataques orquestrados por brasileiros em conluio com forças estrangeiras”.
Com um discurso enérgico, Vieira expressou seu “enorme orgulho” em liderar o Itamaraty na defesa da soberania nacional, afirmando com firmeza que a soberania “não é moeda de troca diante de exigências inaceitáveis”. Essa mensagem contundente é uma resposta direta à retórica de Trump, que insinua uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Sem mencionar nomes, Vieira parece se referir a aliados do anterior governo, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que dialoga com a campanha de Trump.
Embora a reação tenha sido forte, o governo brasileiro se mantém aberto ao diálogo com os Estados Unidos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está agendado para se reunir com o secretário do Tesouro americano, Scott Besent. Paralelamente, o vice-presidente Geraldo Alckmin mantém conversas com o secretário de Comércio, Howard Lutnick. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também manifestou interesse em discutir com Trump, desde que questões políticas, especialmente sobre o sistema judiciário brasileiro, não sejam incluídas na pauta das negociações.
A postura firme de Vieira representa um endurecimento nas relações diplomáticas, mas também ressalta a diplomacia cautelosa do governo em buscar um entendimento, mesmo diante de tensões. O que você pensa sobre essa situação? Deixe seu comentário e participe da discussão.