
O Banco Central revelou que as contas externas do Brasil apresentaram um desafio considerável em setembro, com um saldo negativo de US$ 9,774 bilhões. Essa marca não se compara favoravelmente ao déficit de US$ 7,383 bilhões registrado no mesmo mês do ano anterior.
Essa deterioração foi impulsionada pela queda no superávit comercial, que sofreu um recuo de US$ 2,2 bilhões, e pelo aumento de US$ 946 milhões no déficit de renda primária, o que inclui lucros e dividendos pagos ao exterior. Contudo, é importante ressaltar que houve uma leve redução de US$ 640 milhões no déficit em serviços e um pequeno crescimento de US$ 115 milhões no superávit em renda secundária.
Nos doze meses que se encerraram em setembro, o déficit acumulado nas transações correntes atingiu US$ 78,947 bilhões, representando 3,61% do Produto Interno Bruto (PIB). Esta situação é uma piora significativa em relação ao mesmo período do ano passado, quando o déficit era de US$ 49,769 bilhões ou 2,23% do PIB.
Segundo o BC, as transações correntes estavam numa trajetória positiva até março de 2024, mas a situação se inverteu. Apesar do déficit externo, o fluxo de capitais tem proporcionado uma base sólida, com investimentos diretos impulsionando a economia local.
As exportações de bens totalizaram US$ 30,686 bilhões em setembro, aumentando 7% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em contrapartida, as importações atingiram US$ 28,362 bilhões, um aumento alarmante de 17,4%, resultado do impulso pela aquisição de uma plataforma de petróleo que custou US$ 2,4 bilhões.
Assim, a balança comercial terminou o mês com um superávit de US$ 2,324 bilhões, inferior ao superávit de US$ 4,524 bilhões registrado em setembro de 2024. O déficit na conta de serviços, incluindo viagens e transportes, ficou em US$ 4,904 bilhões, uma leve melhora em relação ao déficit de US$ 5,544 bilhões no mesmo mês do ano passado.
Em relação à renda primária, o déficit foi de US$ 7,635 bilhões, marcando um aumento de 14,1% em comparação ao ano anterior. Esse resultado é típico, dado que o Brasil recebe mais investimentos estrangeiros que os brasileiros no exterior. Por outro lado, a conta de renda secundária apresentou um superávit de US$ 441 milhões no último mês, um aumento em relação ao superávit de US$ 327 milhões do ano anterior.
No que diz respeito ao financiamento do déficit, os investimentos diretos no país somaram US$ 10,671 bilhões em setembro, um crescimento significativo em relação aos US$ 3,861 bilhões do ano anterior. Essa forma de investimento é essencial, pois os recursos são direcionados para o setor produtivo, garantindo a estabilidade econômica necessária.
Os investimentos em carteira no mercado doméstico também mostraram um saldo positivo de US$ 4,429 bilhões em setembro, contribuindo para um estoque de reservas internacionais que chegou a US$ 356,582 bilhões—um aumento de US$ 5,815 bilhões em relação ao mês anterior.
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