No Distrito Federal, uma inovadora estratégia contra a dengue ganha vida: a liberação dos mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia. A Secretaria de Saúde (SES-DF), em agosto, começa a introduzir esses insetos, que têm a capacidade de impedir a proliferação dos vírus da dengue, zika e chikungunya. Este método visa reduzir significativamente a incidência de arboviroses na região.
As áreas escolhidas para este experimento são aquelas que historicamente enfrentam um maior número de casos de dengue, como Brazlândia, Sobradinho II e São Sebastião. Os mosquitos Wolbito se reproduzem de forma natural, transmitindo a Wolbachia para suas futuras gerações, e assim, com o passar do tempo, se espera que a maioria da população de mosquitos na área se torne portadora da bactéria, diminuindo a transmissão das doenças.
Um ponto crucial é que a abordagem não envolve modificação genética, garantindo a segurança para seres humanos e o meio ambiente. Este método é amplamente reconhecido e apoiado por importantes instituições, incluindo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Dengue no DF
- Em 2024, o DF enfrentou um aumento alarmante de casos e mortes por dengue.
- O ano passado registrou pelo menos 283.841 infecções e mais de 400 mortes, um aumento impressionante de 815,40% em comparação com 2023.
- A boa notícia é que, até 28 de julho de 2025, foram notificados apenas 8,1 mil casos prováveis, representando uma diminuição de 97% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Entenda o método
A técnica foi idealizada por pesquisadores da Universidade de Monash, na Austrália, em 2008, como uma alternativa às abordagens tradicionais, como o uso de inseticidas químicos. A tecnologia Wolbachia se destaca por ser autossustentável e eficiente, já que a presença da bactéria dificulta o desenvolvimento dos vírus nas picadas.
Quando liberados, os mosquitos infectados se acasalam com os insetos locais, criando uma nova população com uma carga viral reduzida. Importante ressaltar que a bactéria é inofensiva e não pode ser transmitida para seres humanos ou outros mamíferos.
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