7 setembro, 2025
domingo, 7 setembro, 2025

Copom indica fim do ciclo de alta da Selic em ata, mas mantém tom cauteloso

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Gabriel Galípolo

Na última terça-feira (24), o Banco Central revelou a ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), confirmando a elevação da taxa Selic, que agora se encontra em 15% ao ano, o maior nível desde julho de 2006. Essa decisão, unânime entre os membros do comitê, sinaliza um tom cauteloso, sugerindo que o ciclo de alta pode estar chegando ao fim. Os deliberadores consideraram a persistência das pressões inflacionárias, a resiliência da atividade econômica e um cenário externo instável.

Esta foi a sétima alta consecutiva desde o início do ciclo em setembro do ano passado, totalizando um aumento de 4,5 pontos percentuais. O movimento atual é a quarta alta sob a liderança de Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar do aumento, o Copom enfatizou que a Selic deve permanecer nesse patamar por um “período bastante prolongado”, um ponto reiterado diversas vezes no comunicado. O comitê se manteve firme, assegurando que poderá realizar novos ajustes caso o cenário econômico se deteriore.

O principal objetivo do Banco Central é conduzir a inflação para a meta de 3% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Contudo, as projeções do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ainda se encontram acima do centro da meta — 4,9% para 2024 e 3,6% para 2026. O mercado espera, segundo o Boletim Focus, uma inflação de 5,25% em 2025 e 4,5% em 2026, atingindo o limite superior da meta.

A nota da ata revela que os núcleos de inflação, que excluem itens voláteis, continuam além do aceitável para alcançar a meta, indicando uma pressão de demanda propensa a complicar a situação. O Copom ainda alertou que os efeitos totais da política monetária podem não ter sido plenamente sentidos, devido ao intervalo natural entre a adoção de juros e suas repercussões econômicas.

O comitê avaliou que a atividade econômica continua robusta, com um mercado de trabalho ativo impulsionando o consumo. O crédito permanece em alta, ainda que com indícios de desaceleração, o que afeta a renda das famílias endividadas. Essa realidade restringe a possibilidade de queda na inflação e a flexibilização monetária no curto prazo, embora uma moderação no crescimento econômico esteja sendo observada, embora lenta.

No panorama internacional, o Banco Central destacou incertezas como o conflito geopolítico no Oriente Médio e os impactos da guerra comercial entre os EUA e seu efeito sobre o mercado de petróleo. Internamente, foi mencionada a necessidade de alinhar a política fiscal com a monetária para manter a credibilidade no controle da inflação, com uma referência positiva ao debate sobre a redução de gastos tributários.

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