Recentemente, um relatório de prestação de contas do Corinthians lançou uma luz perturbadora sobre a gestão do ex-presidente Duilio Monteiro Alves, que esteve à frente do clube entre 2021 e 2023. Este documento, que chegou ao conhecimento do público através do ge, revela que uma parte significativa dos recursos do clube foi utilizada para despesas pessoais, como produtos e serviços privados, levando à inquietação entre torcedores e membros da diretoria.
De acordo com o relatório, entre 26 de setembro e 31 de outubro de 2023, foram registradas 176 compras que totalizam R$ 86.524,62. Desse montante, R$ 80 mil teriam sido adiantados à presidência, enquanto o restante — pouco mais de R$ 6,5 mil — foi solicitado como reembolso. As notas fiscais, na sua maioria, estão relacionadas a gastos com alimentação e compras em mercados, destacando-se o “Oliveira Minimercado”, que emitiu notas no total de R$ 32.580 em serviços de buffet, apesar de moradores da área afirmarem que o endereço informado está inativo.
As despesas não pararam por aí; cervejas, carnes nobres, doces e até produtos de limpeza foram incluídos na lista. Intrigantemente, gastos com itens como aparelhos de barbear, serviços de beleza e medicamentos para disfunção erétil também foram registrados. É importante notar que alguns dos comprovantes trazem o nome e CPF do próprio Duilio ou do seu motorista, Denilson Grillo, que, por sua vez, nega a autenticidade do documento e a assinatura atribuída a ele.
O relatório também aponta que o clube financiou a compra de presentes, inclusivamente um cachorro de pelúcia. Além disso, foram registradas compras de medicamentos nas farmácias, uma delas coincidente com o dia de uma partida do Corinthians em Fortaleza, onde Duilio teria adquirido uma caixa de Cialis.
No que diz respeito às despesas com transporte, os gastos alcançaram R$ 13,8 mil, englobando combustível, manutenção de veículos, táxis e estacionamento. Um registro destaca a manutenção de um veículo com um custo de R$ 9.470, e em três abastecimentos realizados no mesmo posto no mesmo dia, o proprietário afirmou não ter vínculos com o clube.
Outros aspectos do relatório trazem à tona pagamentos vagos, como R$ 3.350 para Maria Aparecida de Souza e R$ 2 mil para Sidney Balbino dos Santos, ex-assessor de Andrés Sanchez. Este último também foi mencionado por ter feito compras em loja de roupas no mês de outubro.
Ainda que as contas da gestão Duilio tenham recebido aprovação do Conselho Fiscal e do Conselho de Orientação, houve ressalvas. João de Oliveira, então presidente do Conselho Fiscal, declarou não reconhecer o relatório em questão.
Em um movimento paralelo, a gestão de Andrés Sanchez também começa a ser analisada pelo Conselho Deliberativo, com gastos indícios de uso impróprio de cartões corporativos, como viagens pessoais para o réveillon em Tibau do Sul e Fernando de Noronha.
Duilio Monteiro Alves, ao se manifestar, declarou não temer a exposição de suas despesas, ressaltando que sua gestão elevou o faturamento do clube a mais de R$ 1 bilhão. No entanto, ele também apontou para possíveis manipulações dos documentos, divulgados por perfis anônimos com motivações políticas, afirmando que buscará acesso a documentos e tomará medidas legais contra a disseminação de informações falsas.
Os ex-dirigentes Wesley Melo e João de Oliveira também se disseram alheios ao conteúdo do relatório. Por sua vez, o Corinthians ainda não se pronunciou oficialmente sobre as revelações, mas já registrou um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento de documentos fiscais relevantes do clube.
Como torcedor ou observador, o que pensa sobre essa situação? Acredita que isso pode impactar a imagem do Corinthians? Compartilhe suas opiniões nos comentários.