28 outubro, 2025
terça-feira, 28 outubro, 2025

Empréstimo para empresas cresce como solução para manter capital de giro em dia

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Os ciclos de vendas e recebimentos nem sempre se alinham perfeitamente e isso faz com que o capital de giro seja uma estratégia importante para qualquer negócio. 

Este é o recurso financeiro necessário para cobrir os custos operacionais diários, como pagamento de salários, fornecedores e impostos, garantindo que a empresa continue funcionando enquanto aguarda o dinheiro das vendas a prazo.

Historicamente, muitas empresas, especialmente as de menor porte, dependiam exclusivamente de recursos próprios ou de emergências custosas, como o cheque especial, para equilibrar o caixa. 

No entanto, o mercado de crédito empresarial está em plena transformação, e o empréstimo para empresas se consolida cada vez mais como uma ferramenta estratégica, e não apenas um último recurso.

Essa mudança é confirmada por dados recentes. Um levantamento do Sebrae, com base em informações do Banco Central (BC), revelou que o crédito concedido a pequenos negócios atingiu R$ 109 bilhões apenas no primeiro trimestre de 2024, o melhor resultado em oito anos. 

Entre as modalidades mais procuradas, o capital de giro aparece como uma das principais finalidades, mostrando que os empresários estão buscando ativamente soluções externas para manter a saúde do caixa.

A urgência do capital de giro e o dilema do empresário

A necessidade de capital de giro surge de um descompasso natural no ciclo financeiro: a empresa precisa pagar antes de receber. Por exemplo, a matéria-prima é comprada e paga em 30 dias, mas o produto final é vendido com prazo de recebimento de 60 dias. Esses 30 dias de intervalo precisam ser financiados.

Quando esse intervalo não é bem planejado, a empresa entra em uma crise de liquidez, mesmo que seja lucrativa no papel. A falta de dinheiro no caixa, momentânea ou prolongada, impede o empresário de:

  1. Aproveitar descontos em compras à vista.
  2. Garantir estoque suficiente em períodos de alta demanda.
  3. Pagar fornecedores no prazo, perdendo a credibilidade.

A solução mais preocupante, e comum, é vista em outra pesquisa do Sebrae: 61% dos donos de pequenos negócios recorreram a empréstimos por meio da pessoa física para financiar a própria empresa. 

No caso dos MEIs, essa proporção sobe para 73%. Essa confusão entre o patrimônio pessoal e o empresarial é um dos maiores riscos de mortalidade dos negócios.

Como bem destaca Arthur Inácio, gerente financeiro da CashMe: “Quando o empresário recorre ao próprio CPF para salvar a empresa, ele está não apenas misturando as contas, mas assumindo um risco pessoal desnecessário. O empréstimo PJ, quando bem planejado, é uma ferramenta de gestão que protege o patrimônio e a saúde da família.”

O que mudou no mercado de crédito para empresas

O crescimento na busca por crédito empresarial não é apenas reflexo de uma necessidade, mas também de um mercado que se tornou mais acessível e diversificado.

A popularização das fintechs e a maior oferta de crédito com garantia, como o home equity, empréstimo com imóvel em garantia, têm transformado a experiência de crédito para a pessoa jurídica.

O uso de garantias reais, como imóveis ou veículos, permite que as instituições financeiras ofereçam:

  • Taxas de juros significativamente menores: A garantia reduz o risco para o credor, o que se traduz em um custo final menor para o empresário.
  • Prazos de pagamento mais longos: Permite que o empresário organize o fluxo de caixa sem a pressão de parcelas elevadas no curto prazo.
  • Valores de crédito maiores: Ideal para quem precisa de um aporte robusto para grandes projetos ou para sanear o caixa de forma definitiva.

Essa nova realidade do crédito com garantia torna o financiamento do capital de giro muito mais sustentável do que linhas tradicionais e caras como o cheque especial ou o cartão de crédito PJ.

Capital de giro como alavanca de crescimento

Para o empresário que está pensando em dar o próximo passo, o crédito não serve apenas para “apagar incêndios”. Ele é o combustível para o crescimento estratégico.

A decisão de como abrir um negócio com sucesso ou expandir uma operação existente exige um planejamento financeiro que contemple o capital de giro ampliado. Um aporte financeiro bem utilizado pode financiar:

  • Aumento de estoque: Para aproveitar uma oportunidade de compra em grande volume ou para se preparar para a sazonalidade.
  • Investimento em tecnologia: Aquisição de um novo sistema ERP ou maquinário, que pode otimizar a operação e aumentar a margem de lucro.
  • Estruturação de vendas a prazo: Possibilitar que a empresa ofereça prazos mais longos aos seus clientes sem comprometer a liquidez interna.

Em 2025, uma pesquisa do Sebrae sobre a finalidade do empréstimo entre pequenos negócios mostrou que 41% utilizaram o recurso para acesso ao capital de giro, mas também houve crescimento na busca por “compra de máquinas e equipamentos” (29%) e “reforma e ampliação do negócio” (21%). 

Isso demonstra que o empréstimo está migrando de uma necessidade de sobrevivência para uma estratégia de investimento.

A importância de se profissionalizar na gestão

O acesso facilitado ao crédito, no entanto, exige maturidade na gestão. Um empréstimo barato e de longo prazo pode se tornar um problema se o capital não for alocado corretamente ou se a empresa não tiver um controle financeiro rigoroso.

Muitos empreendedores, especialmente os que gerenciam uma microempresa, acabam focando demais na operação e negligenciando a saúde financeira. É por isso que, antes de buscar qualquer linha de crédito, é crucial ter clareza sobre:

  1. A real necessidade: Qual é o valor exato necessário para equilibrar o caixa e por quanto tempo?
  2. O fluxo de caixa projetado: A empresa terá receita futura suficiente para pagar as parcelas sem comprometer o novo capital?
  3. O custo efetivo total (CET): Comparar diferentes modalidades de crédito e entender que a taxa de juros não é o único custo envolvido.

“A melhor linha de crédito para capital de giro é aquela que o empresário sabe exatamente como e quando será paga. O empréstimo com garantia, por oferecer taxas e prazos mais justos, dá ao empreendedor o tempo necessário para colocar a casa em ordem e usar o capital não apenas para fechar o mês, mas para planejar o próximo ano”, reforça o X, especialista financeiro da CashMe.

A decisão de tomar um empréstimo deve ser um ato de planejamento e estratégia, e não de desespero. Ao se profissionalizar na gestão financeira e escolher a modalidade de crédito mais vantajosa, como as que utilizam garantias, o empresário transforma um passivo potencial em uma ferramenta poderosa para a estabilidade e o crescimento.

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