A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes de descontos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tomou um passo decisivo nesta quinta-feira (11/09). Após um intenso debate, os membros do colegiado aprovaram a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido popularmente como “Careca do INSS”. Antunes é o principal suspeito de orquestrar um esquema que desviou quantias significativas em descontos associativos, conforme revelado em reportagens do Metrópoles.
Além de Antunes, foram feitos mais de 300 requerimentos para investigar entidades sindicais, como a Conafer, Ambec e Sindnapi, que estão sob suspeita de irregularidades nos descontos previdenciários. A CPMI também solicitou um Relatório de Inteligência Financeira ao COAF para apurar a fundo essas ações.
Um ponto interessante foi a exclusão de pedidos que envolviam ex-ministros da Previdência, como Carlos Lupi e José Carlos Oliveira. Apesar de constarem na lista inicial, o presidente da CPMI, Carlos Viana, argumentou que faltava materialidade nas evidências para seguir com a quebra de sigilos, uma decisão que não deixou os políticos da base governista e da oposição cómodos.
A trama de fraudes envolvendo o INSS veio à tona através de uma série de reportagens do Metrópoles que datam de dezembro de 2023. Após seu início, um crescimento exorbitante na arrecadação das entidades com descontos de mensalidades chegou a R$ 2 bilhões em um único ano, enquanto inúmeras associações enfrentavam processos por possíveis fraudes nas filiações de segurados.
As investigações, impulsionadas pelas descobertas do portal, levaram à abertura de um inquérito pela Polícia Federal e auxiliaram nas apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). No total, 38 matérias do Metrópoles foram citadas em documentos que culminaram na Operação Sem Desconto, conduzida pela PF em 23 de abril e resultando em demissões significativas, incluindo do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
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