Nos últimos três anos, a busca por Psicologia como segunda graduação cresceu notavelmente na Bahia, com um aumento de 50% entre pessoas com ensino superior. As universidades se preparam para receber uma onda de novos alunos, onde a saúde mental se tornou uma prioridade desde a pandemia. O crescimento é sentido em instituições como Unijorge, Unifacs, e Uneb. O coordenador do curso da Unifacs, Thiago Oliveira, ressalta que crises sociais geralmente impulsionam o interesse pelas terapias e, consequentemente, pela Psicologia.
Na Uneb, a psicologia é agora a terceira graduação mais concorrida, enfrentando apenas Medicina e Direito. Com 1456 inscritos em 2025, estivemos diante de um aumento de 17% em relação aos últimos dois anos. A coordenadora do curso de Psicologia da Uninassau, Helen Copque, observa que a pandemia catalisou uma nova visão sobre a saúde mental, atraindo não só os jovens, mas também adultos em busca de reorientação profissional.
Péricles Andrade, de 46 anos, é um exemplo claro dessa transformação. Após desistir do sonho de estudar Psicologia em 2005, ele voltou, decidido a transformar sua carreira após uma trajetória ligada à tecnologia. “Quero trabalhar como psicólogo”, afirma ele, parte de um grupo crescente de alunos que, como ele, já possuem diplomas em outras áreas.
O Brasil lidera o número de psicólogos no mundo, e a Bahia conta com 73 cursos disponíveis. Esse leque abre portas para novos profissionais que, como Lucidalva Ferreira, de 72 anos, buscam compreender melhor a si mesmos e ao próximo. Lucidalva, a caminho da faculdade com sua neta, vê na Psicologia uma oportunidade de ajudar no voluntariado e trazer conforto ao próximo.
A onda de alunos matriculados não é apenas uma questão de formação, mas um desejo genuíno de autoconhecimento e contribuição social. Lorena Dias, por exemplo, encontrou na Psicologia a chance de realizar um sonho antigo, consolidado durante a pandemia, que evidenciou a importância da saúde mental. Para ela, a graduação é mais do que um diploma; é um passo em direção ao propósito de vida.
Apesar do aumento no número de psicólogos, a demanda por suas habilidades continua a crescer. A pesquisa do Global Mind Project revela a realidade desafiadora da saúde mental no Brasil, onde 34% da população se sente angustiada. O mercado é promissor, especialmente para aqueles que trazem a sabedoria da experiência de vida. Priscila Lins, do Conselho Regional de Psicologia, acredita que a diversidade de formações enriquece o campo de atuação dos psicólogos.
Lorena já começou a receber seus primeiros pacientes e percebe que a maturidade traz um diferencial em seu trabalho. O mesmo vale para Péricles, que, com uma década de experiência em psicoterapia, observa a crescente valorização do cuidado psicológico no Brasil. “As pessoas estão mais conscientes da necessidade de terapia, e isso eleva a profissão do psicólogo”, conclui.
O futuro da Psicologia na Bahia parece promissor, com um legado de transformação social e autocuidado. Se você também se sente inspirado por essa história ou tem algo a compartilhar sobre sua jornada, deixe seu comentário abaixo e junte-se à conversa!