Criador do boneco Pixuleco, o advogado Vinícius Carvalho Aquino (foto em destaque), 33 anos, foi preso em flagrante no Distrito Federal, no sábado (11/10), acusado de descumprir medida protetiva contra a ex-namorada. Vinícius é acusado de ir a um restaurante onde a mulher estava e intimidá-la. Ele teve a prisão convertida em preventiva pelo Tribunal de Justiça do DF (TJDFT).
A vítima em questão, que solicita condição de anonimato, detalha o ocorrido de sábado (11/10). Segundo ela, por volta das 16h, Vinícius se dirigiu a um restaurante no Setor de Clubes Sul onde ela estava em uma comemoração com amigas desde o meio-dia e se sentou próximo à mesa do grupo de mulheres. Para a mulher, o acusado viu postagens nas redes sociais das colegas dela e decidiu ir ao estabelecimento propositalmente.
A mulher conta que se sentiu coagida com a presença do ex-namorado que, segundo ela, o persegue há tempos. “Ele se sentou em uma mesa bem próxima à nossa, com comportamento intimidatório, lançando olhares contra mim e minhas amigas. Aquilo nos gerou tensão. Esperamos 30 minutos para ele se retirar e, como ele permaneceu no local, pedi ajuda ao monitoramento do Tribunal de Justiça do DF“, relata a vítima.
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Imagem registrada por amiga da vítima mostra Vinícius ao fundo, próximo à mesa onde o grupo de mulheres estava
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Vinícius sendo atendido por um garçom do restaurante
Material cedido ao Metrópoles
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Ele teria chegado ao local por volta das 16h
Material cedido ao Metrópoles
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Em audiência de custódia, Vinícius teve a prisão convertida em preventiva
Material obtido pelo Metrópoles
A Polícia Militar (PMDF), então, foi ao restaurante e prendeu Vinícius Aquino em flagrante. Ele foi levado à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), passou por audiência de custódia no domingo (12/10) e teve a prisão convertida em preventiva.
“Risco intolerável”
Ao manter a prisão de Vinícius, a juíza de direito substituta Ana Paula da Cunha, do 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra Mulher de Brasília, levou em conta o fato de que o criador do “Pixuleco” já havia descumprido medida protetiva anteriormente. “Historicamente, tem ocorrido um escalonamento da violência doméstica, o que sugere um crescente risco em prejuízo da vítima”, considerou a magistrada.
Para Ana Paula, deixar Vinícius em liberdade significaria “evidente risco intolerável” à vítima e também à ordem pública. “Nesse cenário de reiteração criminosa, a concessão de liberdade provisória ou a aplicação de medidas cautelares não são recomendáveis”, ponderou a juíza.
A defesa de Vinícius alegou que a própria ex-namorada havia procurado o acusado após o término do relacionamento. Isso porque o casal esteve junto de abril até agosto de 2024, quando ela rompeu o namoro e registrou queixa contra ele, mas decidiu reatar o relacionamento em outubro. “A vítima o procurou enquanto ele estava em monitoramento, então, ela não se sente ameaçada”, declarou o advogado Daniel Peres Rodrigues durante audiência de custódia.
A vítima, porém, terminou em definitivo o namoro em janeiro de 2025, e acusa o criador do “Pixuleco” de persegui-la desde então. Ele foi preso preventivamente em março e, desde então, cumpria medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de se aproximar da vítima.
O Pixuleco
O advogado Vinícius Aquino criou o Pixuleco em 2015 e registrou a marca junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em 2017. O boneco, que traz um desenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vestido com roupas de presidiário, ganhou fama após Vinícius levar uma versão de 10 metros de altura para manifestações favoráveis ao impeachment da então presidente da República Dilma Rousseff (PT).
O Metrópoles entrou em contato com a defesa de Vinícius Aquino, que não se pronunciou até a última atualização desta reportagem.