Para combater eficazmente o crime organizado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfatizou a necessidade de “asfixiar as fontes de financiamento” durante uma entrevista em São Paulo. A declaração ocorreu após a Operação Fronteira da Receita Federal, que mostrou os desafios enfrentados neste marco de combate à criminalidade.

“Além das operações em campo, como mandados de prisão e intervenções territoriais, precisamos atacar os recursos que sustentam o crime organizado. Se não pararmos o fluxo de dinheiro, todas as ações serão em vão”, destacou. Para Haddad, chegar aos líderes do crime é tão crucial quanto intervir nas comunidades afetadas.
O ministro ressaltou: “Não basta agir na ponta; precisamos atingir os ‘CEOs’ do crime organizado. Se mantivermos essa estrutura intacta, o dinheiro encontrado voltará a nutrir o crime.”
A urgência da mensagem foi intensificada pela recente operação policial no Rio de Janeiro, que resultou em mais de cem mortes, causando controvérsia e repercussão internacional. Para Haddad, focar apenas em ações nas comunidades sem considerar o comando do crime é um erro fatal.
“A verdadeira face do crime muitas vezes está distante, usufruindo da riqueza acumulada ilicitamente, enquanto jovens são aliciados e vidas são ceifadas. Precisamos agir em todos os níveis”, afirmou.
Durante a entrevista, Haddad lançou um apelo ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, solicitando apoio para a aprovação da lei do devedor contumaz. Essa legislação visa reforçar o combate à inadimplência fiscal que alimenta a criminalidade.
“Peço que o governador convença sua bancada a votar a favor deste projeto, pois somente um esforço conjunto pode debelar todas as facetas do crime organizado”, enfatizou Haddad. Ele explicou que os devedores contumazes muitas vezes estão ligados a atividades ilícitas que facilitem a lavagem de dinheiro.
“Um devedor contumaz é um sonegador sofisticado, que utiliza artifícios jurídicos para evitar a detecção. Por trás deles, frequentemente reside o crime organizado”, sistematizou.
O ministro explicou que a origem do dinheiro ilícito precisa ser combatida, pois ele se disfarça em atividades legais, como postos de gasolina ou entretenimento, dificultando a detecção.
Para fortalecer o combate, a Receita Federal anunciou uma nova norma que exige a divulgação dos CPFs dos beneficiários de fundos, aumentando a capacidade de fiscalização e controle.
“Agora todos os fundos devem informar até o CPF, permitindo identificar pessoas envolvidas em possíveis esquemas fraudulentos”, destacou, sinalizando um avanço significativo na luta contra o crime.
Sobre a Operação Fronteira, Haddad revelou que, entre 22 de outubro e os dias atuais, a iniciativa se destacou por seu alcance e efetividade, resultando em 27 prisões e apreensões de produtos ilícitos avaliados em mais de R$ 160 milhões.
“Sem violência, realizamos uma cooperação federal eficaz, com a apreensão de armas e a interdição de prédios utilizados para atividades criminosas. A operação abrangeu 60 municípios em 20 estados, mobilizando forças armadas, policiais e órgãos de fiscalização”, explicou o ministro.
Esse esforço conjunto, envolvendo diversas instituições, não apenas retirou de circulação milhares de produtos ilegais, mas também serviu como um alerta sobre a seriedade do combate ao crime no Brasil.
Agora, a pergunta que fica é: o que você pensa sobre a abordagem do governo em relação ao combate ao crime organizado? Compartilhe sua opinião nos comentários e participe dessa conversa essencial!
