Banco enfrenta dificuldades financeiras após rejeição de fusão com o BRB; têm bilhões expostos em títulos sem cobertura do Fundo Garantidor de Créditos
Divulgação/Banco Master

Banco Master
O Banco Master enfrenta uma crise financeira que ameaça atingir empresas e fundos de pensão que detêm títulos emitidos pela instituição. Segundo informações da Bloomberg, companhias como a Oncoclínicas, a fabricante de equipamentos de refrigeração Metalfrio e o fundo de previdência Rioprevidência aparecem entre os credores mais expostos. A dificuldade do banco em levantar novos recursos se agravou após o Banco Central rejeitar sua fusão com o Banco de Brasília (BRB).
Sem o negócio, o Master ficou com poucas opções de capitalização, enquanto detentores de sua dívida aguardam uma definição. Fontes ouvidas pela Bloomberg apontam que algumas empresas podem ter até R$ 350 milhões aplicados em CDBs do banco, valor muito superior ao limite de proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que cobre apenas até R$ 250 mil por investidor.
O problema também afeta fundos de pensão. A Rioprevidência, que atende servidores do estado do Rio de Janeiro, teria quase R$ 1 bilhão exposto em letras financeiras do banco, um tipo de papel que não é coberto pelo FGC. Caso o Master entre em insolvência, esses títulos podem ficar no chamado “limbo”, dependendo do processo de liquidação. Especialistas afirmam que a situação pode impactar o mercado de dívida corporativa no Brasil, em um movimento semelhante ao observado em 2023 com a crise da Americanas.
Além das dificuldades financeiras, o Banco Master é alvo de investigação. A Polícia Federal abriu um inquérito após solicitação do Ministério Público Federal, que recebeu informações do Banco Central sobre as negociações frustradas com o BRB. O BC considerou que a operação poderia comprometer as contas do banco público e causar prejuízo ao erário.
A PF também vai apurar indícios de investimentos de R$ 2 bilhões feitos pelo Master em empresas sem capacidade econômica, segundo relatório da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em nota, o Banco Master afirmou ter sido “surpreendido” com a abertura da investigação e disse ainda não ter sido notificado oficialmente. O BRB declarou que colaborará com as autoridades.