Um dos pilares das expectativas sociais do atual governo, a proposta de ampliar a isenção do Imposto de Renda para aqueles que recebem até R$ 5 mil, encontra-se estagnada no Congresso Nacional. Originalmente marcada para esta sexta-feira (27), a leitura do relatório do deputado Arthur Lira (PP-AL) foi procrastinada, reflexo de um clima político tenso, intensificado pela recente queda do decreto que elevava as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
A repercussão da vitória do Congresso, que recebeu ampla aprovação tanto na Câmara quanto no Senado, resfriou as relações e dificultou o avanço da discussão. Fontes próximas ao deputado alertam que o ambiente agora é desfavorável, principalmente após uma semana marcada por embates, críticas e ameaças de retaliação entre os Poderes. Diante desse cenário, Lira prefere aguardar um momento mais propício para reabrir o debate.
A resposta do governo à derrubada do decreto ainda está em forma de avaliação, com a possibilidade de ações judiciais sendo consideradas pela Advocacia-Geral da União (AGU). Entretanto, a expectativa do Executivo é garantir que a nova faixa de isenção esteja em vigor em 2026. Para isso, será crucial restabelecer um diálogo construtivo com o Legislativo, reconhecendo que as tensões atuais podem inviabilizar esse objetivo.
Apesar de ser uma medida bem recebida pela população, a ampliação da isenção enfrenta desafios, especialmente no que tange à compensação fiscal. O Ministério da Fazenda sugere cortes em benefícios ou até mesmo aumento de tributos, medidas que têm gerado resistência no Congresso, enquanto as emendas parlamentares, essenciais para a articulação política, permanecem em debate.
Com a apresentação do relatório indefinida, Arthur Lira, um experiente articulador, aguarda um momento de calmaria para retomar a discussão. As próximas semanas poderão ser decisivas, dependendo da capacidade de Executivo e Legislativo em recuperar um diálogo produtivo. E enquanto isso, milhões de brasileiros aguardam ansiosamente por um alívio financeiro, esperando por um consenso político que possibilite a aprovação dessa medida tão esperada.