Na última quarta-feira, 13 de agosto, a defesa do almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, apresentou suas razões finais ao Supremo Tribunal Federal (STF) em um dos casos mais polêmicos do momento: a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Nesse contexto, os advogados argumentaram que as provas apresentadas até agora são insuficientes e que a delação do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, está repleta de contradições, sugerindo que Garnier merece ser absolvido.
Com o prazo para as alegações finais se esgotando às 23h59, a equipe do advogado Demóstenes Torres fez a entrega no último momento. Garnier, um dos oito réus do núcleo crucial da ação, é acusado de apoiar uma trama golpista destinada a manter Bolsonaro no poder, mesmo após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A defesa enfatiza que não existem provas consistentes que liguem Garnier aos eventos de 8 de janeiro, quando ocorridos atos violentos em Brasília. Embora a Procuradoria-Geral da República (PGR) alegue haver “evidências” que associam os réus à cadeia causal daqueles atos, os advogados sustentam que a narrativa é baseada em suposições, carecendo de fundamentos sólidos para uma condenação.
“Se o órgão acusador admite a omissão de fatos graves e a ambiguidade no comportamento do delator, por que isso deveria afetar apenas o nosso cliente?”, questionam os advogados de Garnier.
Agora, com a apresentação das alegações finais de todos os réus do núcleo 1, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, pode solicitar a marcação da data do julgamento, que será conduzido pela Primeira Turma do STF, composta por outros ministros de destaque, como Flávio Dino e Cármen Lúcia.
Os acusados do núcleo crucial incluem personalidades como:
- Alexandre Ramagem: ex-diretor da Abin, supostamente envolvido na disseminação de informações falsas sobre as eleições.
- Anderson Torres: ex-ministro da Justiça, acusado de assessorar Bolsonaro no planejamento golpista.
- Augusto Heleno: ex-ministro do GSI, apontado como difusor de notícias falsas sobre o sistema eleitoral.
- Jair Bolsonaro: ex-presidente, acusado de liderar a tentativa de golpe.
- Mauro Cid: delator do caso, envolvido em reuniões sobre os planos golpistas.
- Walter Braga Netto: o único réu preso, com alegações de obstrução às investigações.
Este desdobramento da política brasileira levanta questões fascinantes e complexas, e o desfecho do processo poderá ter repercussões significativas. O que você pensa sobre essa situação? Compartilhe sua opinião abaixo!