
Em uma ação que promete gerar repercussões significativas, o deputado distrital Chico Vigilante (PT) protocolou ofícios direcionados ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e ao presidente do Tribunal de Contas da União, ministro Vital do Rêgo. O foco da investigação? O uso de emendas milionárias destinadas à Associação Moriá, que levantou sérias suspeitas sobre sua legalidade e operação.
Até agora, parlamentares do Distrito Federal destinaram impressionantes R$ 53 milhões para a ONG, com R$ 46 milhões voltados para custear um projeto voltado para jogos digitais. Vigilante enfatiza a gravidade da situação, afirmando que esse montante poderia ser melhor empregado em áreas que realmente necessitam, como a reforma de escolas públicas. “O que está em jogo é a responsabilidade com o dinheiro público e a transparência que deve guiar suas aplicações”, alertou.
Revelações da coluna Grande Angular do Metrópoles apontam que a ONG está envolvida em práticas duvidosas, com diretores considerados “laranjas” e um endereço que não condiz com suas operações documentadas. Nos últimos dois anos, a associação recebeu um total de R$ 74,5 milhões em emendas, dos quais R$ 53,3 milhões vieram especificamente de representantes do DF, financeiramente voltados para capacitar jovens em jogos como LoL e Free Fire.
Após a divulgação desses fatos, o ministro do STF, Flávio Dino, pediu esclarecimentos à Advocacia-Geral da União e ao Congresso Nacional. No último domingo, o Ministério do Esporte, responsável pela maioria dos repasses, anunciou a suspensão dos pagamentos à Associação Moriá, sinalizando a possibilidade de uma investigação mais profunda.
Além dos recursos relacionados ao projeto gamer, a ONG também recebeu R$ 7 milhões para ações de combate à dengue e outros projetos, incluindo R$ 250 mil para eventos e R$ 150 mil para preparatórios do Enem. É crucial notar os nomes dos parlamentares que apoiaram esses repasses:
- Fred Linhares (Republicanos): R$ 27,6 milhões para o projeto gamer e R$ 5 milhões para combate à dengue;
- Izalci Lucas (PL): R$ 15,5 milhões;
- Bia Kicis (PL): R$ 1,5 milhão;
- Julio Cesar (Republicanos): R$ 800 mil;
- Paula Belmonte (Cidadania): R$ 500 mil;
- Gilvan Máximo (Republicanos): R$ 2 milhões para combate à dengue;
- Reginaldo Veras (PV): R$ 400 mil para eventos e cursinho do Enem.
A Associação Moriá, por sua vez, defendeu-se alegando que a diversidade de seus projetos está diretamente ligada à sua missão social, citando um corpo técnico multidisciplinar. No entanto, investigações revelam que essa estrutura não se sustenta na realidade, levantando ainda mais questões sobre a gestão dos recursos públicos.
Esse caso é um retrato preocupante de como recursos destinados ao bem público podem ser utilizados de maneira questionável. O que você pensa sobre a utilização de emendas parlamentares e as medidas necessárias para garantir a transparência? Compartilhe sua opinião nos comentários!