Na última terça-feira, 24 de junho, um acalorado debate tomou conta da audiência da Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos, na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. O deputado Jim McGovern, copresidente da comissão e membro do Partido Democrata, confrontou o jornalista brasileiro Paulo Figueiredo em uma troca marcada por intensas questões sobre segurança e liberdade de expressão.
McGovern começou sua fala destacando a insegurança que muitos políticos sentem no atual cenário americano, rebatendo uma afirmação de Figueiredo sobre sua liberdade como jornalista. “Fico feliz que você se sinta seguro como jornalista nos Estados Unidos. Estou tentando me sentir seguro como político”, declarou o congressista.
A discussão se intensificou quando Figueiredo, que afirmou ser mais livre para atuar na América do que no Brasil, questionou:
“Tem algum político preso nos EUA?”
McGovern foi rápido em sua resposta, relembrando incidentes alarmantes de violência e repressão: “Um senador foi levado ao chão e algemado. E políticos foram assassinados.” Essas palavras ecoaram um sentimento de preocupação contínua com a segurança pública e a integridade democrática nos EUA.
O deputado se referia ao senador democrata Alex Padilla, que foi algemado durante uma coletiva de imprensa estática, e ao assassinato da presidenta da Câmara de Representantes de Minnesota, Melissa Hortman, em um trágico episódio ocorrido dias após o evento. “Estou tentando salvar a nossa democracia”, concluiu McGovern, encerrando sua intervenção antes de passar a palavra a outro convidado.
O tema da audiência, promovida pela Comissão de Direitos Humanos, girou em torno da repressão transnacional, que envolve táticas utilizadas por governos estrangeiros para ameaçar ou coagir cidadãos fora de suas fronteiras. Figueiredo, convocado como testemunha, trouxe à tona a situação no Brasil, que ele descreveu como uma “ditadura,” referindo-se ao ministro Alexandre de Moraes como “tirano.”
Em seu pronunciamento, o jornalista afirmou que sofre “perseguição” desde 2019, após uma determinação da Justiça brasileira que resultou em sua prisão preventiva e colocação em uma lista vermelha da Interpol. Figueiredo também mencionou a Lei Magnitsky como uma ferramenta crucial que os EUA possuem para combater a censura e propôs que o Congresso realizasse sanções contra Moraes em um prazo de 30 dias.
Atualmente, Paulo Figueiredo é um dos 34 denunciados pela Procuradoria Geral da República do Brasil em um inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. Com isso, a audiência não apenas destacou os desafios enfrentados por jornalistas e políticos, mas também ressaltou a complexa interligação entre liberdade de expressão e segurança no mundo contemporâneo.
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