15 agosto, 2025
sexta-feira, 15 agosto, 2025

Descarte irregular de medicamentos ameaça meio ambiente e saúde humana

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Orientação é levar  medicamentos e embalagens a uma farmácia, que, caso não disponha de caixa coletora, deve indicar local apropriado

O descarte irregular de medicamentos não é apenas um problema ambiental, mas uma ameaça real à saúde pública. Anticoncepcionais, hormônios e outros fármacos jogados no lixo ou no vaso sanitário se tornam vilões silenciosos, contaminando solos e rios e afetando a saúde de todos. Apesar da legislação – como o Decreto Federal 10.388/2020, que exige pontos de coleta em farmácias – a realidade é bem diferente. Muitas pessoas desconhecem essas informações e acabam prejudicando o meio ambiente com desperdício.

A bióloga e docente do Centro Universitário UniRuy Wyden, Átila Batista, destaca os perigos desse descarte inadequado. “Qualquer remédio pode ser arriscado ao atingir lençóis freáticos, mas aqueles que afetam hormônios e têm alta toxicidade merecem atenção especial. Anticoncepcionais e hormônios, por exemplo, podem alterar o equilíbrio hormonal de peixes e animais aquáticos, enquanto quimioterápicos são altamente tóxicos, mesmo em pequenas quantidades,” explica.

Quando descartados em aterros, esses medicamentos podem se misturar com o chorume e contaminar os lençóis freáticos, contribuindo para a proliferação de bactérias resistentes, com sérias implicações para a saúde pública. Animais aquáticos são os mais afetados, e a contaminação retorna aos humanos, causando problemas crônicos. A realidade é alarmante e exige mudança.

Descarte correto

O sistema de coleta de medicamentos, segundo a Logmed, revela que a Bahia possui apenas 235 pontos de coleta em 26 das 417 cidades do estado, com 65% deles localizados apenas em Salvador. Isso evidencia uma carência de infraestrutura adequada e uma necessidade urgente de conscientização da população. A farmacêutica Maria Fernanda Barros, do Conselho Regional de Farmácia da Bahia, já se deparou com farmácias que não seguem as normas de coleta: “Muitas farmácias ainda estão se adequando a essa exigência”, reconhece.

Imagem ilustrativa da imagem Descarte irregular de medicamentos ameaça meio ambiente e saúde humana

A advogada Brisa Santiago, moradora de Camaçari, enfrenta dificuldades para descartar corretamente os medicamentos. Após o fechamento de pontos de coleta em supermercados, ela relata que as farmácias não oferecem informações sobre onde descartar medicamentos. “Sempre tive dificuldade para fazer esse descarte da forma correta. Nas farmácias, nunca recebi essa informação sobre pontos de descarte,” conta.

O sociólogo Luiz Lourenço e sua esposa, Luciana, ilustram outro aspecto do problema. Sem saber como descartar medicamentos, eles guardam o material sem uma solução. “Não sabemos bem o que fazer, qual o protocolo para isso,” lamentam. Essa falta de conhecimento é um dos principais obstáculos para resolver a questão do descarte adequado.

Patrícia Silva, funcionária pública, revela que costuma jogar os medicamentos vencidos no vaso sanitário. “Não sabia que existem locais adequados para o descarte, mas agora, vou buscar fazer isso corretamente,” promete. É fundamental que cada um de nós busque a farmácia mais próxima para o descarte; caso não exista ponto de coleta, os farmacêuticos podem indicar alternativas.

A responsabilidade sobre o descarte correto é de cada cidadão. A conscientização é o primeiro passo para mudar essa realidade. O que você vai fazer para ajudar na preservação da saúde e do meio ambiente? Compartilhe sua opinião e experiências nos comentários.

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