
O Dia Mundial de Prevenção ao Afogamento, celebrado em 25 de julho, traz à tona uma realidade alarmante: no Brasil, a cada 90 minutos, uma vida se perde nessa tragédia silenciosa. Para iluminar essa questão crítica, conversamos com o capitão Joel Adriano, Coordenador Operacional do 13° Batalhão Marítimo do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, que compartilhou informações cruciais sobre como evitar afogamentos e proteger aqueles que amamos.
David Szpilman, médico e especialista em salvamento aquático, salienta que “afogamento não é um acidente, mas um fenômeno que pode ser prevenido”. Essa visão é compartilhada por Joel, que ressalta que muitos incidentes ocorrem devido à falta de informação e atenção aos riscos associados à água. “Pequenas ações podem fazer uma grande diferença”, afirma ele.
Dados alarmantes da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) apontam que em 2023, mais de 90% das mortes por afogamento estiveram ligadas ao desconhecimento dos riscos e à falta de preparação. A supervisão de crianças em ambientes aquáticos, como praias e piscinas, é um dos pilares essenciais para evitar tragédias. “Um adulto deve manter a criança sempre à vista e, idealmente, não se afastar mais do que dois metros dela”, orienta o capitão.
Além disso, o consumo de álcool em ambientes aquáticos requer extrema moderação. “A atenção às crianças deve ser total”, reforça Joel, alertando que muitos afogamentos ocorrem por desatenção, particularmente quando fatores como bebidas alcoólicas estão envolvidos.
Outro perigo que merece destaque são as correntes marítimas, que podem ser traiçoeiras. “Corpos de água onde não há onda podem ser muito perigosos, pois essas correntes devolvem a água com força ao oceano”, explica o oficial. Em situação de ser arrastado, a orientação é não tentar nadar contra a corrente, mas permitir que ela leve, podendo, se houver habilidade, nadar na diagonal para escapar.
Procurar ajuda profissional é fundamental. A presença de guarda-vidas pode ser a diferença entre a vida e a morte, já que o risco de afogamento em áreas sem a supervisão adequada é até 60 vezes maior.
Os números são alarmantes: em 2023, o Brasil registrou 5.864 mortes por afogamento fora de desastres naturais, com 1.896 ocorrências no Nordeste e 513 na Bahia. Esses dados revelam uma preocupação com questões sociais: 67% das mortes por afogamento envolvem pessoas pardas ou pretas, além do fato de que homens são seis vezes mais afetados do que mulheres.
Em situações de emergência, Joel alerta que, ao tentar salvar alguém sem o treinamento adequado, a probabilidade de mais uma vida se perder aumenta consideravelmente. “Utilizar material flutuante, como boias ou garrafas PET, pode salvar uma vida enquanto se espera o socorro”, aconselha.
A perda causada por afogamentos não é apenas humana; o custo financeiro médio chega a R$ 210 mil por vida, somando despesas hospitalares e funerárias. Joel critica ainda a falta de educação sobre segurança aquática nas escolas, afirmando que essa informação salvadora ainda é negligenciada. “O Brasil deve enfrentar essa realidade, pois a educação e a conscientização são fundamentais para salvar vidas”, conclui.
Você já parou para pensar sobre como poderia se prevenir e proteger seus entes queridos em ambientes aquáticos? Compartilhe suas experiências e opiniões nos comentários! Vamos juntos espalhar a informação que pode salvar vidas.