17 julho, 2025
quinta-feira, 17 julho, 2025

Dólar fecha em alta e Bolsa acumula perdas com tensão comercial entre Brasil e EUA

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Movimentação em frente ao prédio da B3, no centro antigo de São Paulo

Em um cenário de crescente tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos, o dólar fechou com um leve aumento de 0,1%, cotado a R$ 5,5479. Por outro lado, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, experimentou uma alta queda de 0,41%, atingindo 136.187 pontos. Esses movimentos refletem as consequências da imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente Donald Trump. Ao longo da semana, o dólar acumulou uma alta de 2,28% frente ao real, enquanto o Ibovespa teve um desempenho negativo, cai 3,20% e apresenta uma sequência de perdas em todos os pregões.

Os setores mais afetados pela nova política tarifária incluem petróleo, aço, café, carne bovina, suco de laranja e aeronaves. A Embraer, por exemplo, é especialmente vulnerável, com cerca de 23,8% de sua receita proveniente de vendas para os EUA. Outras empresas que podem sofrer impactos significativos são Suzano, Tupy, Jalles Machado e Frasle Mobility.

Além das perdas diretas, essa medida aumentou a incerteza no mercado e despertou receios de uma possível guerra comercial. Na sexta-feira, o dólar chegou a aumentar quase 1% devido à escalada do conflito, mas a situação se amenizou quando Trump indicou a possibilidade de diálogo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula não hesitou em criticar a postura de Trump, que justificou sua decisão com argumentos políticos, mencionando até o ex-presidente Jair Bolsonaro. O presidente brasileiro destacou que o Brasil busca uma negociação respeitosa, mas não hesitará em recorrer à Lei da Reciprocidade Econômica para retaliar com tarifas próprias, afirmando: “Se Trump continuar com essa brincadeira de taxação, isso poderá se prolongar indefinidamente”.

Essa lei permitirá ao Brasil adotar medidas proativas enquanto busca resolver disputas comerciais. Em resposta, Trump alertou que caso o Brasil reaja com novas tarifas, suas administrações poderão incrementar as taxas sobre produtos brasileiros. Analistas econômicos expressam preocupação com o risco de aumento da inflação e desaceleração econômica, visto que um dólar mais alto encarece produtos importados, pressionando os preços internos. A expectativa é que o Banco Central mantenha os juros em alta histórica, com taxas em 15%.

Apesar do panorama desafiador, o Ministério da Fazenda afirmou que o impacto previsto sobre o PIB em 2025 será moderado e limitado a setores específicos. As projeções para o crescimento em 2024 foram revistas para cima, passando de 2,4% para 2,5%.

Vale ressaltar que o Brasil não é o único afetado pelas novas tarifas comerciais americanas. Recentemente, Trump enviou comunicações a líderes de 23 países, estabelecendo tarifas mínimas para futuras negociações. O Canadá, por exemplo, foi notificado sobre uma tarifa de 35% devido à suposta inadequação no combate ao tráfico de fentanil. Trump também anunciou futuras tarifas para a União Europeia, intensificando a aversão ao risco nos mercados globais.

O que você acha das repercussões dessas tarifas sobre a economia brasileira? Compartilhe suas opiniões nos comentários abaixo!

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