7 outubro, 2025
terça-feira, 7 outubro, 2025

Duas chuvas de meteoros riscam o céu nos próximos dias

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Como se não bastasse a Superlua desta terça-feira (7), os próximos dias reservam mais um espetáculo incrível para observarmos no céu. Na verdade, dois: as chuvas de meteoros Dracônidas e Táuridas do Sul. 

Chuvas de meteoros acontecem quando a Terra atravessa uma nuvem de detritos deixados por cometas. No caso da Dracônidas, esses fragmentos são provenientes do cometa 21P/Giacobini-Zinner. O nome dessa chuva é relacionado à constelação de Draco (ou Dragão), onde está localizado seu radiante, mais especificamente perto da cabeça do dragão.

Imagem composta de um surto da chuva de meteoros Dracônidas sobre Modra, na Eslováquia, em 8 de outubro de 2018. Crédito: Composição adquirida via AMOS (Automatic Meteor Orbit System Camera) pelo astrônomo Juraj Tóth.

Já os meteoros do enxame Táuridas são formados pelos fragmentos do 2P/Encke, o segundo cometa periódico a ser descoberto (o primeiro foi o famoso 1P/Halley). O radiante dessa chuva fica na constelação de Touro, daí seu nome.

Cometas periódicos orbitam de forma regular no Sistema Solar, sem se aproximarem tanto do Sol a ponto de se desintegrarem. Como os detritos são maiores que a média, muitas vezes eles produzem bolas de fogo coloridas quando atravessam a atmosfera da Terra.

Um meteoro da chuva Táuridas fotografado em 2015 no Quênia. Crédito: Babak Tafreshi (TWAN) via APOD NASA

Sobre a chuva de meteoros Dracônidas

Dracônidas é uma chuva de curta duração, que todos os anos fica ativa entre 6 e 10 de outubro. De acordo com o guia de observação astronômica InTheSky.org, a melhor oportunidade de visualização é na quarta-feira (8), quando ocorre o pico de atividade. 

Além de breve, o evento também é muito discreto no Hemisfério Sul, já que Draco é uma constelação do norte celeste.

“Ela praticamente não pode ser vista no Brasil. E, mesmo que fosse, é uma chuva muito fraca”, afirma Marcelo Zurita, colunista do Olhar Digital, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon). “Mesmo no Hemisfério Norte, onde a visualização é mais fácil, aparecem apenas um ou dois meteoros por hora. Aqui, será muita sorte se alguém conseguir registrar algum, ainda mais com a Lua cheia”.

Zurita diz que a astronomia classifica a Dracônidas como uma chuva de meteoros “menor”, devido à sua baixa taxa de ocorrências (cerca de apenas 10) por hora. “Sabemos que ela acontece, mas sua intensidade é tão reduzida que não justifica qualquer esforço significativo de observação”

A chuva de meteoros Dracônidas não é muito significativa em termos de quantidade de ocorrências por hora. Crédito: Officina23 – Shutterstock

Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, a visualização será quase impossível, segundo ele. “O radiante estará muito baixo no início da noite, que é o melhor momento para observar essa chuva de meteoros”.

Embora essa chuva de meteoros não seja muito expressiva, chama a atenção dos astrônomos por, ocasionalmente, apresentar “surtos” de maior atividade. “Para este ano, existe uma previsão que a Dracônidas possa apresentar um surto curto na noite do dia 8, o que pode animar alguma observação nas regiões mais ao norte do Brasil. Nos locais mais favoráveis do hemisfério norte, a previsão é que possam ser vistos cerca de 150 meteoros por hora”, diz o especialista.

Táuridas do Sul tem máxima antecipada esta semana

A chuva de meteoros Táuridas do Sul também é fraca, mas tem duração mais longa, sendo ativa entre 10 de setembro e 20 de novembro, segundo o InTheSky. 

Embora o pico de atividade seja em 5 de novembro, há uma máxima antecipada prevista para esta sexta-feira (10), de acordo com a Organização Internacional de Meteoros (IMO). Na ocasião, a Lua estará em uma interfase chamada “minguante gibosa” (entre as fases cheia e minguante), 79% iluminada, o suficiente para ofuscar os meteoros e atrapalhar a visibilidade.

Já o verdadeiro pico, no mês que vem, ocorre em plena Lua cheia (que também será uma Superlua). Assim, a melhor oportunidade para ver meteoros dessa chuva será entre 21 e 29 de outubro, durante a Lua nova, com o céu mais escuro.

Naquela semana, serão maiores as chances de ver “bolas de fogo” no céu – meteoros extremamente brilhantes que podem superar o brilho de Vênus e durar mais tempo.

Chuva de meteoros Táuridas do Sul vista em outubro de 2020 sobre a Estação Bharati, na Antártica, acompanhada das luzes da aurora austral, com Marte à direita. Crédito: Ankush Magotra/Reprodução X

Conforme mencionado anteriormente, o radiante da Táuridas do Sul é na constelação de Touro, mais precisamente nas proximidades da estrela alaranjada Aldebaran. No entanto, ele se desloca lentamente ao longo das semanas, podendo parecer próximo do limite entre Touro e Cetus no início da atividade (final de setembro e começo de outubro).

Leia mais:

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Como ver as chuvas de meteoros

Quem quiser tentar ver meteoros esta semana, mesmo sabendo que as duas chuvas não são tão significativas, deve procurar fugir da poluição luminosa das cidades e ir para lugares onde o céu esteja o mais escuro possível.

Ao cair da noite, até por volta das 20h, é o melhor momento para ver os meteoros Draconídeos, pois o radiante culmina no céu no fim da tarde, estando ainda alto o suficiente até pouco depois do pôr do Sol.

Já a chuva Táuridas do Sul provavelmente produzirá as melhores exibições entre 1h e 3h da manhã, quando seu ponto radiante estará mais alto.

Um app de observação, como Stellarium, Star Walk, Sky Safari ou SkyView, pode ajudar a encontrar as constelações Draco, Touro e Cetus, aumentando as chances de ver “estrelas cadentes” – e não se esqueça de fazer o seu pedido, como manda a tradição. Boa sorte!

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