Em uma declaração ousada, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou sua intenção de permanecer nos Estados Unidos, buscando mais sanções ao Brasil sob a administração de Donald Trump. Em entrevista ao jornal O Globo, ele afirmou que a possibilidade de um longo autoexílio pode se estender por “décadas”, revelando que teme a prisão caso retorne ao país. Eduardo está sob investigação no Supremo Tribunal Federal por sua tentativa de coação no processo em que seu pai é réu por golpe de Estado.
Nesta quarta-feira, começaram a vigorar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, e, ao ser questionado sobre o impacto econômico negativo, o deputado direcionou a culpa ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ele insistiu na necessidade de aprovar uma “anistia ampla, geral e irrestrita” para os réus envolvidos nos eventos de 8 de janeiro e na tentativa de golpe pós-eleições de 2022. Segundo ele, essa medida poderia colocar o Brasil em uma posição favorável nas negociações com os EUA.
Eduardo admitiu que irá levar o impacto das tarifas aos seus contatos na Casa Branca, mas se isentou de pressionar o presidente americano. “Não me sinto na posição de desautorizar o Trump”, declarou, reconhecendo a habilidade do ex-presidente como um negociador experiente. Ao minimizar os efeitos sobre o agronegócio, ele afirmou que não recebeu reclamações de fazendeiros sobre suas ações.
Contudo, análises mostram que 82% das exportações do agronegócio brasileiro serão afetadas pelas novas tarifas, pois não estão isentas da taxa adicional. Eduardo também mencionou estar disposto a permanecer nos EUA por um longo período e sugeriu que abriria mão de seu mandato na Câmara, embora desejasse manter sua posição através de contatos com o presidente da Casa, Hugo Motta.
O deputado reafirmou sua posição sobre possíveis sanções a Motta e ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, caso não pautem a anistia ou o impeachment de Moraes, destacando a atenção das autoridades americanas sobre esses líderes. Ele ainda revelou que se comunica frequentemente com membros influentes do Congresso dos EUA e mantém um contato regular com a Casa Branca.
Quanto aos seus ambitions políticas futuras, Eduardo admitiu que consideraria se candidatar à presidência em 2026, mas apenas com o apoio do pai. “Preciso antes garantir que consiga restaurar a normalidade democrática no Brasil”, concluiu, mirando seus próximos passos nesse complexo embate político.
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