Em um cenário político cada vez mais tenso, líderes do Senado observam que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) vem isolando a oposição aliada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dentro do Congresso. Durante um recente acirramento de ânimos, Eduardo elevou o tom em suas críticas direcionadas aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sugerindo que ambos poderiam enfrentar sanções dos EUA, em uma alusão ao governo de Donald Trump.
Na esfera que apoia Bolsonaro, reina a preocupação. Integrantes do grupo avaliam que as recentes medidas contra o ex-presidente — incluindo a proibição de contato entre pai e filho, o uso de tornozeleira eletrônica e o congelamento de contas bancárias — apenas “radicalizaram” Eduardo, que se encontra nos Estados Unidos. A situação se agrava com as ameaças do deputado em relação a Alcolumbre e Motta, sugerindo consequências severas caso não avancem com pautas críticas como o PL da anistia e o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal. Um aliado próximo ao ex-presidente classificou essa postura como “absurda”.
Líderes do PL começam a se preocupar com a capacidade de articulação no Congresso, especialmente com a volta do recesso parlamentar em 4 de agosto. Até Flávio Bolsonaro (PL-RJ) expressou preocupações sobre o impacto das atitudes do irmão, que podem dificultar a aprovação de projetos prioritários para a direita.
“Eu acho que pode atrapalhar dependendo da reação do presidente Davi… Eu sou a favor do diálogo e da construção, mas quando a intransigência se instala, as opções diminuem”, refletiu um líder a respeito da situação.
O próprio Jair Bolsonaro também começou a externar preocupações sobre o comportamento do filho em conversas com seus aliados. Ele defende uma estratégia que priorize a manutenção da inocência e uma resistência sólida contra as medidas cautelares, evitando apelos excessivos.
Enquanto isso, uma parte do PL tenta afastar a imagem de radicalismo e reitera a suposta perseguição judicial contra o ex-presidente como justificativa para as ações em curso. Recentemente, durante uma coletiva de imprensa, alguns deputados da oposição foram inclusivamente desautorizados a estender uma bandeira de Trump — uma representação do descontentamento com o status quo.
Governistas, por sua vez, rebatem com críticas afiadas às iniciativas de Eduardo, implicando que suas propostas são impulsionadas por um desejo de revanche. Um líder chegou a caracterizar a atuação do deputado como uma “autodestruição política”. Pesquisas recentes indicam que 72% da população discordam do tarifaço de Trump, e 57% sentem que Eduardo não tem direito de questionar as acusações enfrentadas por Jair no STF.
Os desdobramentos têm gerado um efeito rebote nas redes sociais, onde a defesa fervorosa das taxações impactou o apoio ao bolsonarismo, enquanto o governo de Lula recupera popularidade, projetando-se favoravelmente nos cenários eleitorais. Observadores ressaltam a estranha dinâmica que isolou Hugo e Davi, que podem se aproximar do governo atual.
A operação contra Jair Bolsonaro e a acentuada radicalização de Eduardo ocorrem durante uma fase de recesso parlamentar. Neste período, Alcolumbre tem mantido um perfil discreto e, desde a operação da PF, sua comunicação se tornou ainda mais escassa, evidenciando um distanciamento significativo. Por outro lado, Hugo Motta também tem se mantido à margem, tendo sido questionado sobre suas decisões cautelosas durante um momento de acirramento das tensões políticas.
O futuro político do grupo bolsonarista parece incerto. As tensões internas, os desafios de articulação e a crescente oposição podem transformar essa batalha em um complexo tabuleiro para todos os envolvidos. Como você vê essa situação? Deixe seus comentários e compartilhe sua opinião!