O Egito acaba de dar um passo colossal na promoção de sua rica herança cultural com a inauguração do Grande Museu Egípcio, um marco que promete revitalizar o turismo e impulsionar a economia do país. Após duas décadas de construção e muitos desafios, como a Primavera Árabe e a pandemia de covid-19, o mundo agora está de olhar atento para este tesouro, localizado em Gizé, de frente para as majestosas pirâmides.
A cerimônia de inauguração, realizada este sábado, recebeu cerca de 80 delegações oficiais, incluindo líderes mundiais e príncipes, sob uma fachada monumental que se estende por mais de 50.000 m². O investimento colossal de mais de US$ 1 bilhão é um claro sinal da determinação egípcia em redefinir sua imagem no cenário internacional.
Com previsão de abrir suas portas ao público no dia 4, este novo espaço não é apenas um museu; é uma experiência imersiva. Os visitantes encontrarão cerca de 100.000 peças de antiguidade, muitas delas nunca vistas antes, incluindo as 5.000 preciosidades do tesouro de Tutancâmon, reunidas pela primeira vez desde sua descoberta em 1922. Outros destaques incluem a impressionante estátua de Ramsés II, com 11 metros de altura, simbolizando o esplendor de uma civilização que, por 5.000 anos, cativou o mundo.
O Grande Museu não se limita a exibições fabulosas; ele oferece galeria interativa, recursos de realidade virtual e até um espaço dedicado às crianças. A oportunidade de observar o trabalho de conservação de artefatos que têm 4.500 anos é um convite à reflexão sobre nossa história em constante transformação.
Entretanto, apesar do otimismo, o sucesso do museu dependerá da estabilidade no turismo e da manutenção regular do edifício. Especialistas alertam que, se o entusiasmo não for sustentado, a atratividade do museu poderá rapidamente diminuir. O ex-presidente da federação egípcia de turismo, Elhamy al Zayat, sublinha que essa nova instituição faz parte de um plano mais amplo para transformar o planalto de Gizé em um polo cultural com infraestrutura adaptada para receber milhões de visitantes.
Já este ano, o Egito viu um crescimento significativo em seu setor turístico, com 15 milhões de visitantes estrangeiros nos primeiros nove meses, resultando em uma receita de US$ 12,5 bilhões. As autoridades preveem que o museu poderá atrair até sete milhões de visitantes anualmente, contribuindo para uma projeção total de 30 milhões até 2030. Contudo, as incertezas regionais podem desafiar esses planos ambiciosos.
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