ELEIÇÕES
Votação definirá se Javier Milei conquistará base no Congresso para sustentar seu programa econômico em meio à crise e à pressão cambial

26/10/2025 – 20:06 h

Votação começou às 8h locais (mesmo horário em Brasília) e se encerrará às 18h locais –
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Neste domingo, 26 de outubro, a Argentina entrou num momento crucial de sua história ao realizar eleições legislativas. O clima é tenso, marcado por um cenário de instabilidade cambial, que desafia a liderança do presidente Javier Milei. Ele precisa garantir apoio suficiente no Congresso para implementar seu programa econômico ultraliberal, especialmente após o pacto financeiro com os Estados Unidos.
A votação começou às 8h da manhã e se encerrará às 18h. Três horas após o fechamento das urnas, os primeiros resultados começam a ser divulgados. Milei, durante a campanha, enfatizou a importância de conquistar “um bom número de cadeiras” para sustentar suas reformas essenciais e decretos na segunda metade de seu mandato.
Vestindo sua característica jaqueta de couro, o presidente exerce sua influência em meio a um público de apoiadores que o aguardava em Buenos Aires. Em busca de um apoio sólido, seu partido, A Liberdade Avança (LLA), precisa formar alianças estratégicas para enfrentar a oposição peronista, especialmente quando atualmente detém apenas 37 das 257 cadeiras da Câmara dos Deputados e seis dos 72 senadores.
Com a participação de aproximadamente 36 milhões de eleitores, os cidadãos têm o direito ao voto obrigatório entre 18 e 70 anos e facultativo a partir dos 16. Embora essa seja uma responsabilidade cívica importante, a participação costuma ficar abaixo de 70%. Entre os eleitores, havia vozes de esperança e frustração. Adriana Cotoneo, uma aposentada, expressou seu desejo de que o governo busque um diálogo mais produtivo, enquanto Mariana Menéndez mostrou preocupação direta com demissões e cortes em serviços essenciais.
Milei enfrenta um ambiente cheio de pressões políticas e financeiras. A inflação crescente e as demissões em massa nos serviços públicos são os principais desafios que seu governo precisa abordar. Além disso, a expectativa de uma nova desvalorização do peso em caso de derrota nas urnas deixou o mercado nervoso. O ministro da Economia, Luís Caputo, tentou acalmar os ânimos, afirmando que mudanças significativas no programa econômico estão fora de questão, independentemente do resultado das eleições.
A situação é ainda mais complicada por investigações sobre supostas irregularidades, que envolvem desde criptomoedas até alegações de corrupção envolvendo familiares de Milei. Enquanto isso, o presidente depende do apoio americano, que condicionou ajuda financeira a uma vitória do governo nas eleições. Economistas alertam que a situação pode se agravar, sugerindo que o país está à beira de um “Vietnã financeiro”.
À medida que os votos são contados, a Argentina aguarda ansiosamente as consequências desse dia decisivo. O futuro do país e a continuidade das reformas econômicas de Milei estão em jogo. O que você acha que o resultado dessas eleições significará para a Argentina? Compartilhe sua opinião nos comentários!