26 outubro, 2025
domingo, 26 outubro, 2025

Em ato a Herzog, Alckmin evita comentar revisão da Lei da Anistia

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Em um ato carregado de significado, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, abordou a dolorosa lembrança da morte de Vladimir Herzog, jornalista brutalmente assassinado pela ditadura militar em 1975. Em frente à Catedral da Sé, durante uma cerimônia inter-religiosa que homenageia os 50 anos desse trágico acontecimento, Alckmin optou por silenciar sobre a polêmica revisão da Lei da Anistia. Sua única declaração? O Brasil “deu bons passos nessa questão”, uma frase que, apesar da simplicidade, ressoa em um contexto onde a luta pela verdade e justiça continua.

Atualmente, a Lei da Anistia de 1979 enfrenta contestações no Supremo Tribunal Federal, onde cinco ações tentam reverter a inexplicável absolvição de crimes políticos, incluindo violações de direitos humanos. O objetivo central é esclarecer que a anistia não pode abranger crimes contra a humanidade, um ponto já ressaltado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Enquanto isso, Ivo Herzog, filho de Vladimir, não poupou críticas à legislação, chamando-a de “aberração”. Para Ivo, a presença de Alckmin simboliza um compromisso renovado do Estado com a justiça. “A anistia de 1979 é um perdão que desconsidera as atrocidades cometidas pelo regime, que nunca reconheceu seus crimes. Como é possível anistiar crimes que nunca foram admitidos?”, questiona.

Em um relato emocionante, Ivo lembrou que há 50 anos, mais de 8 mil pessoas reuniram-se na Catedral da Sé para protestar contra a injustiça. “Na época, havia medo do Estado, com atiradores prontos para qualquer movimento. Hoje, com a presença de Geraldo Alckmin, o Estado se une a nós em um compromisso renovado com a democracia e a liberdade”, afirmou, ressaltando a importância deste momento simbólico.

Vladimir Herzog, assassinado após se apresentar no DOI-Codi, se tornou um símbolo da resistência. Sua morte supostamente atribuída a um suicídio pelas autoridades da época, foi desmentida por exames que revelaram sinais de tortura. O impacto da sua morte foi tão profundo que, uma semana depois, sua missa de sétimo dia atraía milhares, sob a condução de líderes religiosos que se tornaram vozes da luta pela verdade.

Neste contexto, é fundamental refletirmos sobre o legado de Herzog e a necessidade de um compromisso verdadeiro com a justiça. O que você pensa sobre a revisão da Lei da Anistia? Compartilhe suas ideias e vamos juntos construir um espaço de diálogo em torno da verdade e do respeito aos direitos humanos.

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