
Em um notável evento em Lisboa, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi oficialmente considerado um “presidenciável”. A cerimônia ocorreu durante o XIII Fórum de Lisboa, frequentemente apelidado de “Gilmarpalooza” em homenagem ao idealizador, o ministro Gilmar Mendes do STF. O evento reuniu líderes de diversas nações para discutir transformações sociais e os desafios emergentes da inteligência artificial.
Tarcísio participou de dois painéis, um focado em relações internacionais e novos blocos militares e o outro abordando segurança pública e organizações criminosas. No primeiro, recebeu o título de “presidenciável” do ex-ministro Raul Jungmann, que destacou a relevância política do governador para o Brasil: “É inequívoco que o governador de São Paulo é também um presidenciável pelo lado do Brasil.”
No segundo painel, Tarcísio fez um forte pronunciamento sobre a capacidade do Estado de enfrentar o crime organizado, reafirmando que “o crime organizado não vai vencer o Estado”. Reconhecendo a sofisticação das atividades criminosas, o governador celebrou os esforços do secretário Guilherme Derrite, responsável pela Segurança Pública: “O crime vem se sofisticando muito, mas a boa notícia é que as forças de segurança também vêm se sofisticando, fazendo um enfrentamento à altura.”
Tarcísio advoga que o crime organizado representa o maior desafio para o Brasil, mencionando seu impacto em setores essenciais como combustíveis e saúde. Ele afirmou que a identificação e controle das fronteiras são cruciais para combater a infiltração do crime, garantindo um ambiente de negócios competitivo e legal.
“Para vencer essa guerra, é vital contar com forças armadas bem equipadas e tecnologia de ponta”, enfatizou Tarcísio, destacando a urgência de proteger a soberania nacional e a integridade dos negócios legítimos.
O Fórum de Lisboa, que se encerra nesta sexta-feira, conta com 500 palestrantes e 57 painéis discutindo temas globais. Com a participação de autoridades dos Três Poderes e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, o evento é organizado em colaboração com instituições de renome, como a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Durante o evento, Tarcísio também propôs formas de blindar a justiça eleitoral contra a influência do crime. Ele alerta sobre a entrada de criminosos na política, financiados por organizações ilícitas, e como isso prejudica o Estado, permitindo que crimes se tornem extensões da administração pública.
De acordo com o governador, a logística do crime no Brasil é facilitada por fragilidades estruturais. Ele pediu uma colaboração internacional para “aumentar o custo do crime”, dificultando as operações de narcotraficantes e organizações criminosas.
“Se nós não aumentarmos o custo do crime, diminuímos muito as nossas chances de sucesso”, advertiu.
Os debates contaram com figuras proeminentes como o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e ministros do STJ, revelando a complexidade e a urgência da questão da segurança pública no Brasil.