
A história de Francisco Balbino Dias vai além de seu cargo como secretário de Segurança de Suzano; ela revela um intrincado emaranhado de contratos, subcontratações e vigilância em uma das principais instituições de saúde da cidade. Sua empresa, a Sniper Segurança e Serviços, não é apenas uma prestadora de serviços, mas também uma peça central na operação do Hospital e Maternidade de Suzano, um legado da antiga Santa Casa.
Embora o nome da empresa esteja formalmente ligado a sua esposa, Roberta de Lima Bispo Balbino Dias, é Francisco quem se destaca em reuniões e interações nas redes sociais, reforçando sua presença significativa no negócio. A Sniper atua através de um contrato estabelecido entre a prefeitura de Suzano e o Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), um ciclo que liga política e prestação de serviços públicos à saúde na região.
Balbino entrou na gestão pública em 2020 como diretor do gabinete sob a liderança do então prefeito Rodrigo Ashiuchi, que hoje desempenha um papel importante em São Paulo. Com a ascensão de Balbino ao cargo de secretário, ele foi parte de uma administração que transformou a Santa Casa em um hospital proativo, buscando atrair e reter serviços através de subcontratações.
Mas essa história se desenrola ainda mais. O INTS, o responsável pela gestão de várias unidades de saúde em Suzano e regiões adjacentes, é também um ator controverso em diversos contratos com políticos e ex-prefeitos, revelando uma rede complexa de interesses. O ex-prefeito Estevam Galvão de Oliveira, cujo posto de gasolina abastece ambulâncias por meio deste instituto, é apenas um exemplo de como essas relações são arraigadas. Mesmo após sua morte em 2024, o legado do ex-prefeito perdura através de contratos vigentes.
Ao longo dos anos, o INTS firmou parcerias em Suzano que vão além da segurança, tocando na gestão da UPA 24h André de Abreu, do Samu e de outras unidades de saúde. A prática de “quarteirização” dos serviços, onde diversas empresas são subcontratadas para cumprir funções específicas dentro do sistema de saúde, tem levantado questões sobre a transparência e a eficácia dessas gestões. O Metrópoles identificou, entre as empresas contratadas, vínculos diretos com figuras chave na administração, como o secretário de Saúde de São Paulo.
Diante desse cenário, a reação da Prefeitura de Suzano foi uma tentativa de distanciamento. Em respostas oficiais, a administração afirmou não ter conhecimento da relação entre Balbino e a Sniper, e que procedimentos de investigação já estavam sendo realizados após a descoberta das ligações. A gestão ainda sustenta que contratos com o ex-prefeito foram firmados em sua administração, e se baseiam em aprovações passadas do Tribunal de Contas.
Por outro lado, o INTS rejeitou alegações de nepotismo e enfatizou a conformidade legal de seus contratos, afirmando que o processo de seleção para o fornecimento de combustíveis foi rigorosamente respeitado.
Essa trama de contratos, subcontratações e relações entre políticos e prestadoras de serviços gera uma discussão essencial sobre a gestão da saúde pública em Suzano. Questões de transparência e responsabilidade permanecem como temas centrais. O que você pensa sobre essa situação? Compartilhe sua opinião nos comentários e engaje-se nesta conversa fundamental sobre a administração pública.