
Uma trama complexa de corrupção tomou conta das investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR), atingindo a empresa J.A Construcons, uma das principais responsáveis por um contrato de impressionantes R$ 123 milhões no âmbito da COP30 com o governo do Pará. Este contrato permanece em execução, mesmo com as dúvidas pairando sobre a integridade da empresa.
A J.A Construcons, que faz parte do consórcio que venceu uma licitação de R$ 142 milhões também sob suspeita, é dirigida por Andrea Dantas, esposa do deputado federal Antônio Doido (MDB-PA). Uma investigação revelou conexões suspeitas com o policial militar Francisco Galhardo, flagrado realizando saques milionários, o que chamou a atenção da PGR.
Em 20 de setembro de 2024, dia em que o consórcio foi declarado vencedor da licitação, Galhardo sacou R$ 6 milhões e imediatamente contatou Ruy Cabral, secretário de Obras Públicas do Pará. Cabral é a figura central que assina os contratos das intervenções da COP30 no estado, o que levanta mais questões sobre a transparência do processo licitatório.
Após a prisão do PM, a licitação de R$ 142 milhões foi abortada. Porém, a J.A Construcons segue firme com o contrato da COP30, competindo ao lado da OCC Participações e Construções na tarefa de “Adequação dos Canais Benguí, Nova Marambaia e Rua das Rosas (Mangueirão)”, um projeto essencial, com proposta vencedora de R$ 123,3 milhões em agosto de 2023.
Todas essas movimentações são alimentadas por um financiamento de R$ 250 milhões concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destinado ao aprimoramento de infraestrutura e solução dos frequentes problemas de alagamento em Belém, cidade-sede da COP30.
No entanto, à medida que a PGR avança nas investigações, o cenário se complica. O Ministro Público aponta que a J.A Construcons e a JAC Engenharia formam um suposto esquema de corrupção, relacionado diretamente aos interesses do deputado Antônio Doido e seus associados.
As evidências, incluindo conversas encontradas no celular de Galhardo, sugerem uma organização criminosa focada em infringir as leis que regem as licitações e contratos administrativos. Os elementos revelados suscitam questionamentos sobre a ética e a conduta de figuras altas no governo do Pará.
Defensores de Doido e do governo do Pará alegam que todos os processos licitatórios são realizados dentro da legalidade e que não houve qualquer tipo de conluio ou irregularidade. Contudo, a pressão sobre as partes envolvidas aumenta, e o futuro das obras previstas na COP30 permanece incerto.
Em meio a esse emaranhado de acusações e defesas, o BNDES afirma que mantém acompanhamento rigoroso das obras financiadas, garantindo que qualquer irregularidade seja severamente penalizada.
O que se revela é um panorama preocupante de corrupção em um setor fundamental, onde a integridade das obras e a aplicação do dinheiro público são questionadas. Como você vê essa situação? Deixe sua opinião nos comentários e participe dessa conversa necessária.