Em meio a acusações de corrupção e fraudes, uma nova controvérsia envolve a empresa Rodoeste Transporte e Turismo LTDA, que está sendo investigada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) por supostas irregularidades em contratos com a administração pública. Recentemente, surgiram alegações de que a empresa utilizou um documento falso para justificar a ocupação de um terreno público em Ceilândia, avançando ainda sobre uma Área de Preservação Permanente (APP).
Conforme apuração do Metrópoles, os proprietários da Rodoeste apresentaram uma autorização supostamente emitida pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab) como justificativa para sua presença no Parque Pequizeiro, uma área especial destinada ao lazer da comunidade local. No entanto, a Codhab desmentiu a validade desse documento, afirmando que o território não pertence à companhia e que qualquer autorização apresentada seria uma fraude, recomendando que a situação fosse imediatamente reportada à Polícia Civil.
Estranhamente, em janeiro de 2024, a Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) permitiu que a Rodoeste ocupasse a área, mesmo diante das alegações de fraude. Oito meses depois, a concessão foi suspensa e determinado prazo de 90 dias para desocupação. A Rodoeste, entretanto, permanece no local, utilizando o espaço como garagem para sua frota de ônibus.
Em visita à área, a reportagem encontrou um cenário desolador: muros altos e latões cercam o que antes era um espaço vibrante para o lazer da comunidade. Câmeras de segurança foram instaladas, tornando o acesso ainda mais restrito. Um morador local, temendo represálias, relatou que a ocupação começou em meados de 2024 e que já buscou ajuda do Ministério Público sem sucesso. “O Parque do Pequizeiro é nosso patrimônio. Pedimos ao GDF que tome medidas para reaver o espaço”, clamou ele, ressaltando a importância do parque para os moradores que não têm outro lugar para atividades recreativas.
Por sua vez, a Terracap informou que está rescindindo unilateralmente o contrato de permissão com a Rodoeste, citando o descumprimento das obrigações contratuais. Além disso, a agência disse que já notificou a empresa e que aguarda a desocupação voluntária do espaço.
Apesar de indagações sobre como a permissão foi concedida e o porquê da Rodoeste ainda não ter deixado o local, a Terracap não respondeu aos questionamentos até a última atualização. A expectativa da comunidade agora é que as autoridades tomem atitudes concretas para restaurar o Parque Pequizeiro à sua finalidade original.
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