7 agosto, 2025
quinta-feira, 7 agosto, 2025

Empresas do rombo na Faria Lima devem R$ 3,9 bilhões a fornecedores

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Nos corredores turbulentos da Faria Lima, um drama financeiro se desenrola: empresas que um dia brilharam no mercado agora acumulam impressionantes R$ 3,9 bilhões em dívidas com bancos e fornecedores. Esse colapso financeiro teve início com a queda acentuada de duas companhias de energia eólica, que, em um piscar de olhos, desvalorizaram R$ 1,6 bilhão em debêntures de um fundo estruturado pelo banco Credit Suisse, atualmente parte do UBS.

Entre os investidores – muitos deles profissionais de alta renda – alguns perderam até R$ 2 milhões. A insatisfação é palpável, resultando em uma verdadeira guerra contra o banco e seus controladores. A crítica principal é que o UBS recebeu quase R$ 50 milhões em bônus para estruturar esses fundos, enquanto também vendia os papéis aos seus clientes, levantando questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse.

A dor financeira é exemplificada pela 2W Energia, que pediu recuperação judicial devido a uma dívida colossal de R$ 2,4 bilhões. Um dos fatores identificados para essa crise foi a falência de uma empreiteira contratada que paralisou serviços essenciais. O pedido foi formalizado na Justiça de São Paulo, e um fundo de investimentos se opôs à recuperação, denunciando fraudes e sugerindo a investigação de crimes falimentares.

Por sua vez, a Rio Alto Energia Renovável, que lastreava o fundo Solar, não teve um destino diferente. Entrou em recuperação extrajudicial em maio, acumulando R$ 1,5 bilhão em dívidas. A empresa justificou a crise pela imposição do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que limitou sua capacidade de geração de energia. Além disso, um conflito interno entre os fundadores complicou ainda mais a situação, refletindo o clima de insegurança.

Sérgio Reinas, um dos fundadores, já havia sido implicado na Operação Lava Jato devido a sua suposta associação com doleiros. Após esses eventos, Reinas afirma ter sido alvo de um golpe, sendo afastado da empresa enquanto lutava contra um trauma psicológico decorrente de sua experiência na prisão. A empresa, alvo de bloqueio judicial, viu sua credibilidade desmoronar, especialmente após uma companhia dinamarquesa acusar a Rio Alto de não cumprir garantias, envolvendo uma disputa judicial de R$ 680 milhões.

A situação crítica das duas empresas não passou despercebida pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que moveu ações contra elas. No caso da 2W, o risco de exclusão da empresa dos seus quadros representa uma ameaça real à sua operação no mercado.

A defesa de Ricardo Delneri, sócio da 2W, argumenta que as ações que resultaram em bloqueios em sua propriedade são questionáveis. Ele sustenta que as debêntures foram emitidas de acordo com a lei, com garantias que suportariam a dívida. Enquanto isso, o UBS se recusa a comentar a situação, enquanto a defesa de Reinas não foi encontrada.

Diante dessa narrativa de crises corporativas e disputas judiciais, como você se posicionaria num cenário tão incerto? Compartilhe suas opiniões e não hesite em deixar seu comentário.

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