6 agosto, 2025
quarta-feira, 6 agosto, 2025

Empresas sob suspeita na COP30 receberam R$ 911 mi do governo do Pará

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Tenente coronel da PM do Pará, Francisco de Assis Galhardo do Vale

Um escândalo está em curso durante a preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30). Duas empresas, J.A Construcons e JAC Engenharia, que estão sob suspeita de corrupção em uma licitação, receberam impressionantes R$ 911 milhões do governo do Pará, conforme informações da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Ambas as empresas estão vinculadas a pessoas próximas do deputado federal Antônio Doido (MDB-PA). Investigações revelaram que saques significativos, totalizando milhões de reais, foram realizados por Francisco Galhardo, um policial militar que chegou a ser preso após retirar R$ 5 milhões antes das eleições municipais de 2024. A descoberta de conversas em seu celular levantou suspeitas adicionais sobre a legalidade das operações de licitação envolvendo a COP30.

A licitação em questão, vencida pelo consórcio que inclui J.A Construcons, destinava-se à “Adequação dos Canais Benguí, Nova Marambaia e Rua das Rosas (Mangueirão)” e teve uma proposta de R$ 123,3 milhões, assegurada em agosto de 2023. Entre 2020 e 2024, as duas empresas conseguiram aproximadamente R$ 1 bilhão em notas empenhadas, sendo que R$ 911 milhões já foram pagos pelo governo, sob a liderança de Hélder Barbalho (MDB).

Conforme dados do Portal de Transparência do Pará, a PGR indica que a movimentação financeira da J.A Construcons levanta dúvidas sobre possíveis desvios de recursos públicos e fraudes em licitações. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) contribui com informações que reforçam as suspeitas de um esquema que envolveria a manipulação de contratos públicos para ocultar a verdadeira origem dos fundos.

A investigação não se limita às empresas; a PGR também está analisando a atuação do deputado Antônio Doido, do policial Galhardo e do secretário de Obras, Ruy Cabral. Indícios de que os envolvidos formam uma organização criminosa voltada para a corrupção e a violação de contratos administrativos foram revelados nas mensagens trocadas, que levantam ainda questões sobre potenciais delitos eleitorais.

As suspeitas de corrupção foram acentuadas com registros que indicam a entrega de valores ao secretário Ruy Cabral, precisamente no dia em que o consórcio venceu a licitação da COP30. Em uma esfera paralela, o governo do Pará se defendeu, afirmando que todas as contratações foram realizadas de forma regular e transparente, e que estão disponíveis para auditoria. O governador e o secretário negaram quaisquer relações impróprias com o deputado ou com agentes da Polícia Militar.

Enquanto o deputado Antônio Doido repudiou as acusações, alegando que são resultado de vazamentos e mal-entendidos, a atenção pública se volta para a gravidade das denúncias e a necessidade de uma investigação minuciosa. A situação não apenas expõe as estruturas de poder dentro do governo do Pará, mas também reflete desafios mais amplos na luta contra a corrupção no Brasil.

Diante deste contexto tenso, quais são suas opiniões sobre a situação? Compartilhe seus pensamentos e comente abaixo!

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