
Desde o século XIII, os “7 Pecados Capitais”, sistematizados por São Tomás de Aquino, revelam a essência da natureza humana. Entre eles, a avareza se destaca como um poderoso agente de destruição, uma força que alerta para os perigos da ganância. Essa avareza, misturada a sentimentos como soberba e ira, simplesmente consome tudo ao nosso redor.
Como Homo Sapiens, nossa história remonta a cerca de 300 mil anos. Em um mundo onde a evolução nos tornou inteligentes e ágeis, nossa trajetória é marcada pela conquista do planeta, mas também pela destruição de outros hominídeos, como os Neandertais. Nesse contexto, Noah Harari destaca que a nossa espécie é um “acidente biológico”, sujeita a um destino sombrio, possivelmente extinta em um século ou mais, dada a nossa irracionalidade e autodestrutividade.
Chris Hedges, em seu livro provocativo, revela uma verdade inquietante: em 3.400 anos, apenas 268 anos foram de paz. Isso evidencia uma preferência substituta pela riqueza e o luxo instantâneos em detrimento de um legado sustentável. Como Maquiavel sugeriu, o homem lamenta mais a perda de suas posses do que a morte de um ente querido, demonstrando a desproporção de nossas prioridades.
Atualmente, a economia global, que em 1960 era de US$ 1,37 trilhão, saltou para impressionantes US$ 111,33 trilhões, mas a distribuição desse crescimento revela um quadro alarmante. Com apenas 2.500 pessoas detendo cerca de 12% do PIB mundial, a desigualdade cresce de forma insustentável. O relatório do Banco UBS, “Billionaire Ambitions”, deixa claro como o poder se concentra nas mãos de poucos, enquanto o desespero da classe média se intensifica.
Esse desespero cria um cenário fértil para líderes oportunistas, que se aproveitam do caos social. Exemplos como Bolsonaro e Trump ressaltam a manipulação de interesses pessoais às custas da sociedade. O lema “Deus acima de tudo, Brasil acima de todos” ou “Make America Great Again” tornam-se instrumentos de decisões que visam privilégios, desconsiderando as leis que deveriam proteger os cidadãos.
A beleza do nosso planeta, com suas riquezas naturais, é constantemente ameaçada pela exploração desenfreada. A água e o ar, essenciais para a vida, estão se tornando cada vez mais escassos, enquanto o imediatismo supera a preocupação com o nosso futuro. Em um caminho que parece levar à autodestruição, a humanidade continua a ignorar os sinais críticos.
E assim, “caminha a humanidade”, como retratado no filme de George Stevens. Em meio a brigas pelo petróleo, uma triste ironia se revela: o recurso que sustentou tantas ambições, um dia será exaurido. Somente quando estivermos à beira do precipício, talvez, tomemos as decisões necessárias para mudar essa trajetória.
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