
Um vasto e sofisticado esquema de produção e distribuição de cogumelos alucinógenos foi desmantelado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), revelando um faturamento impressionante de mais de R$ 26,5 milhões. A Operação Psicose, coordenada pela PCDF, mobilizou cerca de 150 policiais e resultou em 20 mandados de busca e apreensão, além de nove prisões em estados como Paraná, São Paulo e Minas Gerais.
As investigações, que começaram com a identificação de atividades suspeitas, descobriram que o cultivador principal faturava cerca de R$ 400 mil por mês, enquanto um dos distribuidores no DF lucrava R$ 35 mil mensalmente. Este esquema criminoso, revelado primeiramente pelo Metrópoles, operava com intenção de alcançar o público jovem, utilizando táticas de marketing sofisticadas e altamente eficazes.
Entre 2024 e 2025, foram emitidas aproximadamente 3.718 encomendas, totalizando cerca de 1.329 quilos de cogumelos alucinógenos. O faturamento diário da rede chegou a R$ 200 mil, sinalizando a magnitude da operação. A gerência de segurança dos Correios, atuando em conjunto com a Receita Federal, interceptou enviando remessas ilícitas, permitindo à PCDF desvelar a extensão da rede que utilizava serviços postais para comercializar seus produtos.
O esquema não apenas se destacava pela produção eficiente, mas também pela estratégia de marketing que utilizava. Com uma identidade visual atraente, cores vibrantes e patrocínios a grandes eventos de música eletrônica, a organização cultivava uma imagem de modernidade e descontração. Influenciadores digitais foram recrutados para promover a marca, associando-a a experiências positivas e de lazer.
Adicionalmente, a organização utilizava métodos de fidelização de clientes bastante avançados, como cupons de desconto personalizados e promoções temáticas em datas estratégicas, como o Dia dos Namorados e o Natal, engajando ainda mais os consumidores.
Na operação, dois universitários do DF, Igor Mirailh e Lucas Miguins, foram presos, e estão vinculados à liderança de uma célula da organização criminosa. Com conhecimento em plataformas digitais, mantinham uma linha de produção própria em Curitiba, onde a distribuição era feita de forma semelhante a grandes sites de e-commerce, com um catálogo robusto e métodos variados de pagamento.
Centro Logístico
As investigações revelaram a existência de um verdadeiro centro de distribuição em Curitiba, que funcionava como o núcleo da operação, abastecendo a rede em nível nacional. Empresas de fachada registradas no comércio de alimentos foram identificadas, utilizadas para ocultar as atividades ilegais e facilitar a lavagem de dinheiro.
A operativa alcançou cifras milionárias, atribuídas a uma combinação de tecnologia avançada, logística eficiente e um marketing digital agressivo. Para um delegado responsável pelo caso, “estamos diante de um esquema criminoso altamente profissionalizado, que se aproveitava das ferramentas do comércio eletrônico”.
As investigações não param por aqui. A Polícia Civil busca identificar outros financiadores e mapear o fluxo financeiro do grupo, enquanto a sociedade se vê diante da necessidade de refletir sobre a complexidade e a profissionalização do crime organizado.
Destaques da Operação Psicose:
- 9 prisões preventivas decretadas;
- 20 mandados de busca e apreensão em 6 estados e no DF;
- Centro de distribuição descoberto em Curitiba;
- Universitários do DF presos por manter linha de produção própria;
- Esquema movimentava até R$ 200 mil por dia.
A complexidade dessa operação levanta uma questão importante: até onde vai a criatividade do crime organizado? Compartilhe suas opiniões nos comentários!