
Em uma audiência marcada por tensões, Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), enfrentou sérias acusações durante a oitiva da CPMI do INSS. Ele foi alvo de críticas por supostas “inverdades e contradições” ao prestar depoimento, o que gerou um clima tenso, levando o senador Carlos Viana a sugerir a possibilidade de sua prisão preventiva por falso testemunho. “Se ele continuar a omitir informações, poderá ser preso ainda nesta noite”, afirmou Viana.
Antes do depoimento, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, garantiu a Ferreira da Cruz o direito de permanecer em silêncio sobre perguntas que poderiam incriminá-lo. Diante disso, o sindicalista foi orientado a não assinar um termo de compromisso para falar a verdade, revelando que ele se encontra na posição de investigado no âmbito das apurações correndo no STF.
Relatos da Controladoria-Geral da União (CGU) indicam que a CBPA não possui funcionários registrados, mesmo com um fluxo financeiro impressionante de R$ 41,2 milhões em 2024, e 445 mil filiados. Essa discrepância levanta sérias dúvidas sobre a legitimidade das operações da confederação, especialmente considerando suas implicações em um escândalo mais amplo envolvendo descontos indevidos nas aposentadorias.
O escândalo do INSS, revelado pelo Metrópoles, destaca uma arrecadação alarmante de R$ 2 bilhões em um ano, com denúncias de fraudes que já resultaram na abertura de inquéritos pela Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União. A Operação Sem Desconto, deflagrada em abril, resultou nas demissões de figuras-chave do INSS, evidenciando a gravidade da situação.
Chegando ao cerne das acusações, Ferreira da Cruz afirmou que a CBPA opera de maneira compatível com suas funções, desmentindo que tenha filiados diretos, alegando que irregulares são suas entidades afiliadas. Contudo, a situação se complica ainda mais com as suspeitas de que a CBPA teria solicitado descontos ilegalmente em benefícios de aproximadamente 40 mil pessoas falecidas, desrespeitando o Acordo de Cooperação Técnica firmado com o INSS.
Diante de questionamentos diretos sobre esses dados, o sindicalista optou por permanecer em silêncio, uma decisão que só alimenta a especulação sobre sua culpabilidade. Com uma trajetória política marcada por sua influência no Nordeste e sua liderança no Republicanos, Ferreira da Cruz agora enfrenta um dos desafios mais significativos de sua carreira.
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